28.02.2018 Views

II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Entendemos, assim, que a imagem do pensamento, enquanto pré-filosofia, parte da<br />

ideia de que o pensamento está ligado à necessidade ou à verdade, possuidora formal e<br />

m<strong>ate</strong>rialmente do verdadeiro, manifestando, desse modo, uma “não filosofia”.Necessita-se,<br />

então,comb<strong>ate</strong>r essa imagem para que haja um início filosófico autêntico:<br />

(...) aparecem melhor as condições de uma Filosofia isenta de pressupostos<br />

de qualquer espécie: em vez de se apoiar na Imagem moral do pensamento,<br />

ela tomaria como ponto de partida uma crítica radical da Imagem e dos<br />

“postulados” que ela implica. Ela encontraria sua diferença ou seu verdadeiro<br />

começo não num acordo com a imagem pré-filosófica, mas numa luta<br />

rigorosa contra a Imagem, denunciada como não-filosofia. (DELEUZE,<br />

2006, p. 193, grifos do autor)<br />

Compreendemos, a partir do autor, que as verdades as quais a filosofia tem<br />

buscado são arbitrárias e dadas na “boa vontade” do pensar. No entanto, para Deleuze (2010), é<br />

necessário algo que force esse pensar de forma violenta, buscando e apreendendo o essencial<br />

que está “fora”do pensamento. Para o verdadeiro começo em filosofia, é importante relacionar<br />

três elementos específicos:força, violência esigno.<br />

O signo é o elemento que forçará o pensamento de modo violento, implicando o<br />

labor da tradução e da busca do significado daquele signo. O signo, um afeto ou acontecimento,<br />

não tem representação. É exclusivo, novo e, desse modo, desestabiliza de forma positiva o<br />

pensamento, tirando-o de sua “zona de conforto”, forçando-o ao encontro das novas<br />

significações em campos intensivos da sensibilidade, ou melhor, nos campos de um pensamento<br />

sem imagem. Deleuze (2010, p. 4, grifo do autor) nos propõe que:<br />

Aprender diz respeito essencialmente aos signos. Os signos são objeto de um<br />

aprendizado temporal, não de um saber abstrato. Aprender é, de início,<br />

considerar uma matéria, um objeto, um ser, como se emitissem signos a<br />

serem decifrados, interpretados.<br />

O pensamento sem imagem ou a nova imagem do pensamento necessita ser<br />

compreendida a partir desses campos intensivos, uma realidade heterogênea que tem<br />

como um dos seus elementos de afirmação uma literatura singular tal qual Deleuze<br />

(2011) aponta.<br />

1402

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!