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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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nativo a partir das tradicionais representações binárias do bárbaro primitivo ou do herói<br />

idílico nacional.<br />

É possível reconhecermos vários elementos de renovação do cinema latino<br />

americano contemporâneo pós 1980 na obra de Guerra que busca conjugar as<br />

referências do movimento cinema novo das décadas de 1960-70 como a filmagem em<br />

espaços reais, com intérpretes não profissionais e tomando os personagens minoritários<br />

como personagens principais da narrativa, ao mesmo tempo em que busca conjugar tais<br />

referências a uma maior qualidade técnica e não deixando de lado o interesse pelo<br />

reconhecimento internacional ao mesmo tempo estético e mercadológico.<br />

O termo decolonial utilizado aqui como c<strong>ate</strong>goria chave de entendimento<br />

parte de uma escolha teórica baseada nos pressupostos epistemológicos advindos dos<br />

deb<strong>ate</strong>s do grupo de investigadores latino americanos intitulado<br />

Modernidad/Colonialidad surgida entre os anos 2000 e que visa entre outras coisas “se<br />

posicionar de forma mais radical no deb<strong>ate</strong> pós colonial visando transcender a<br />

colonialidade, a face obscura da modernidade, que permanece operando ainda nos dias<br />

de hoje em um padrão mundial de poder” (BALLESTRIN, 2013, p. 01).<br />

Nesse sentido o termo decolonial, grafado sem o “s” tem um aspecto de<br />

escolha política e epistemológica uma vez que “marca uma distinção com o significado<br />

de descolonizar em seu sentido clássico. Deste modo a intenção não é desfazer o<br />

colonial ou revertê-lo, ou seja, superar o momento colonial pelo momento pós-colonial.<br />

A intenção é provocar um posicionamento contínuo de transgredir e insurgir. O<br />

decolonial implica, portanto, uma luta contínua.” (WALSH, 2009, p. 15-16).<br />

Logo, busca-se aqui perceber de que forma o cinema latino americano<br />

contemporâneo coaduna-se com as propostas de compreender as constituições<br />

identitárias no contexto dos contatos pluriétnicos e de mestiçagem/hibridização a partir<br />

de pressupostos conceituais específicos, dando ênfase a novas perspectivas de<br />

classificação e compreensão da experiência humana. Ou como nos aponta Grosfoguel:<br />

Como resultado, el mundo de comienzos del siglo XXI necesita una<br />

decolonialidad que complemente la descolonización llevada a cabo en los<br />

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