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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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herança podem apresentar habilidades variadas, desde apenas entenderem<br />

essa língua, até mostrarem domínio da oralidade, compreensão, leitura e<br />

escrita (VALDÉS, 1995 apud BUCHOWSKI; LICO, S.d, p.09).<br />

Para pais brasileiros que acabam por ter seus filhos no exterior, o<br />

aprendizado do Português nem sempre é algo natural, de forma que muitos deles<br />

começaram a se organizar, ao redor do mundo, para criarem espaços de convivências e<br />

transmissão de cultura do próprio povo brasileiro e seu idioma. No entanto, em uma<br />

perspectiva geral, o começo desse aprendizado sempre parte da família, sendo o local<br />

que proporciona um bilinguismo natural a essa criança, ambientando-a em um território<br />

onde possa se sentir hábil e confortável para falar as duas línguas com naturalidade: o<br />

português e a língua da terra onde residem no momento. Porém é necessário salientar<br />

que “a língua não é tudo. Tem um ‘algo a mais’ para que eles se sintam brasileiros.”<br />

(HEATH; ALMEIDA, 2017, p.17), de forma que nos faz perceber como a LH retrata<br />

uma atividade constante de despertar os aspectos brasileiros desses descendentes. Para<br />

isso, há muitas maneiras, podendo utilizar-se da literatura brasileira, da música, do<br />

cinema ou qualquer manifestação cultural que desadormeça o Brasil dentro dessas<br />

crianças.<br />

É importante estabelecer a diferença entre as diferentes perspectivas de<br />

ensino de Língua Portuguesa: o ensino para estrangeiros – PLE – estabelece uma<br />

atmosfera bem diferente do ensino para imigrantes ou descendentes de imigrantes<br />

brasileiros, neste caso o POLH. O primeiro termo remete a uma língua alheia ao aluno,<br />

um idioma que ele pode escolher aprender por inúmeros motivos, desde por pura opção<br />

pessoal, gostar da língua em questão, ou ter uma incisão mais precisa no mercado de<br />

trabalho, mas, ressaltando, sem nenhuma ligação particular com tal língua. O segundo<br />

caso, no que lhe concerne, está em um contexto de uma disseminação da língua-mãe<br />

passada a descendentes que estão fora do seu berço linguístico, de maneira que POLH<br />

não deixa de ser uma especificidade de PLE. “POLH, tendo por finalidade o resg<strong>ate</strong> da<br />

herança, objetiva atingir, por meio do ensino, o patrimônio im<strong>ate</strong>rial constitutivo da<br />

memória própria da família que o aluno pertence.” (HEATH; ALMEIDA, 2017, p.69).<br />

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