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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Filosofia Moderna que limitou novos campos de existência. Frente a essa premissa,<br />

Kant, segundo a história da filosofia de sua época, inventou uma crítica em seu projeto<br />

filosófico, mas o que ocorreu foi apenas a criação de um tribunal subjetivo. Ao<br />

contrário, segundo esse texto, Espinosa é o grande responsável por conduzir a<br />

verdadeira crítica em sua filosofia. De todo modo, comb<strong>ate</strong>r o juízo não é desenvolvê-lo<br />

ou acabá-lo em uma relação dialética, mas afirmar o devir de uma forma que não exista<br />

juízo algum ignorando seu suplício infinito ou mesmo explorando a vitalidade em<br />

contraposição à organização. Os juízos se sustentam em critérios já preexistentes<br />

(valores superiores) e preexistentes (no infinito do tempo), sem que apreenda o que há<br />

de novo no existente. Deleuze (2011, p. 163) argumenta:<br />

(...) a lógica do juízo se confunde com a psicologia do sacerdote como<br />

inventor da mais sombria organização: quero julgar, preciso julgar... Não se<br />

trata de fazer como se o próprio juízo tivesse sido diferido, adiado para<br />

amanhã, postergado ao infinito. Ao contrário, é o ato de diferir, de levar ao<br />

infinito, que torna o juízo possível: este recebe sua condição de uma relação<br />

suposta entre a existência e o infinito na ordem do tempo. Àquele que se<br />

atém a essa relação é dado o poder de julgar e de ser julgado.<br />

Assim, são os devires novas criações de sentido que irão comb<strong>ate</strong>r a doutrina do<br />

juízo, e a literatura nos guarda uma proposta diferente e inovada para essa realização, ou seja,<br />

são as formas de existência na literatura que levarão à luta contra essas instâncias.<br />

Diante dessa denúncia ou mesmo dessa barreira imposta pelo juízo, as linhas de<br />

fuga são responsáveis pela quebra dos padrões literários, possibilitando a criação a partir da<br />

escrita. Elas não serão linhas objetivas e determinadas, mas fluxos intensivos e necessários que<br />

afirmam o diferencial de uma determinada estrutura. Dessa forma, iniciam-se muitas e outras<br />

fundamentações do conceito de desejo que tem papel fundamental na produção de novos<br />

modelos criacionistas, inclusive na linguagem literária.<br />

O que Deleuze(2011) afirma por juízo mais adiante ele afirmará por lei, limitação<br />

ou norma, e o desmantelamento dessas leis se inicia a partir da legitimação da diferença, dos<br />

ensaios filosóficos, dos aforismos, da literatura menorprovinda de novas criações da escrita<br />

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