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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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proteção àqueles senhores que não tinham condições de se manter, caso da maioria dos<br />

senhores do Maranhão, que mais tarde irão competir com grandes fazendas escravistas,<br />

uma vez que com a criação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão<br />

teve o número de escravos acrescidos de 600 para 12 mil proporcionando a produção<br />

extensiva de algodão no estado.<br />

O importante é que estamos lidando com conjuntos de símbolos que vão ser<br />

utilizados pelas pessoas nas suas interações e opções cotidianas, num<br />

processo criativo ininterrupto havendo alguns mais eficazes e duradouros do<br />

que outros. A relação entre o desempenho de papéis e esses conjuntos de<br />

símbolos constitui uma questão estratégica para a antropologia social.<br />

(VELHO, 1981, P. 17).<br />

Pensando desta forma, temos que índios e negros escravizados no MA<br />

algodoeiro construíram suas relações, símbolos e significações para lidar com a<br />

escravidão e para então se relacionar, já que estavam nas mesmas condições, a de<br />

escravos, constituíam a base da pirâmide social do Maranhão daquela época. Onde a<br />

economia de algodão mais se desenvolveu e a Ingl<strong>ate</strong>rra era a protagonista, em sua<br />

produção têxtil desenvolvida na Revolução Industrial, e temos do outro lado, os<br />

pequenos senhores, que não possuíam escravos, mas os protegiam em troca de<br />

suprimentos alimentícios, por conta de sua pobreza, e estas mediações eram dadas pelos<br />

capitães-do-mato, constitui-se aqui uma forma de troca muito comum no Maranhão<br />

colônia.<br />

Temos ainda que, para Polayni, há vários tipos de economias na sociedade<br />

humana; e para Dale Tomich existem economias de dois tipos: a economia de mercado<br />

e a economia imbricada/enraizada na sociedade. Na sociedade de mercado, tem-se que<br />

terra e o trabalho foram transformados em mercadoria, e estas são características da<br />

economia inglesa, depois do advento da indústria, como o trabalho nas fábricas de<br />

tecido na Ingl<strong>ate</strong>rra, essas que são as retratadas aqui, enquanto no Maranhão vemos a<br />

presença da tal economia enraizada/imbricada que se caracteriza por ser um tipo de<br />

troca não-monetária.<br />

Segundo Luiz Couceiro, Polanyi nos fala que existem inúmeras formas de<br />

trocar, próprias de cada sociedade, como no Kula estudado por Bronislaw Malinowski,<br />

1800

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