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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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Percebendo as mudanças que perpassam as noções de gênero é possível<br />

compreendê-lo como performativo (BUTLER, 2000), por ser constituído de acordo com<br />

discursos sociais e políticos. É visto também que sua manifestação é encontrada no<br />

corpo, pois a maneira que os indivíduos se portam, se vestem ou falam decorre das<br />

diferenças instituídas entre “homem” e “mulher”, já que o corpo seria o primeiro<br />

instrumento de um indivíduo e a diferença sexual, compreendida com natural, a<br />

primeira classificação atribuída a ele. Dessa maneira, o gênero é culturalmente atrelado<br />

ao corpo na forma de identidade, traçando esse conceito como características<br />

internalizadas e compartilhadas por um grupo de indivíduos, no qual cada um possui<br />

múltiplas identidades dentro de si, que o permitem se encaixar em diversos âmbitos da<br />

vida social, levando em conta que essas identidades não se anulam, mas se tornam<br />

acesso para socialização onde encontram interesse e condição de participação.<br />

É observando as construções de identidades que se percebe como discursos<br />

institucionais são internalizados, as experiências pessoais são vivenciadas em<br />

determinado contexto e a maneira como ideologias são reproduzidas, focando nessa<br />

pesquisa o fato de que os meios de produtos culturais, como as mídias digitais e a<br />

publicidade encontrada nelas, delineiam as subjetividades dos indivíduos.<br />

Já compreendendo gênero como construção social e identidade na qual<br />

indivíduos buscam encaixarem-se em grupos sociais, determinados padrões são<br />

atrelados a gêneros específicos. As emoções, aspectos intuitivos e considerados não<br />

lógicos são atribuídos às mulheres, colocados como inferiores à ciência e aos homens,<br />

reforçada pelas instituições e pela mídia, essa ideia é internalizada por indivíduos de<br />

gênero feminino. Mulheres então são posicionadas como frágeis e sensíveis por lhes<br />

serem permitidas maior afinidade com suas emoções, o amor aparece, dessa forma,<br />

como uma pretensão feminina, espera-se que mulheres sejam românticas e busquem se<br />

realizar através da satisfação emotiva, pois esta seria sua área de atuação, a afetividade.<br />

Em um sistema heteronormativo que polariza os gêneros, arquétipos de<br />

comportamentos são instituídos e tomados como naturais, são reproduzidos a nível<br />

institucional e individual, internalizados nas subjetividades dos indivíduos,<br />

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