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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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pregou, e ainda prega, uma educação formal de enfraquecimento cultural em sentido<br />

amplo”.<br />

Na especificidade da Educação Infantil, esse currículo monocultural<br />

eurocêntrico, assim como práticas racistas, também estão presentes, seja no cotidiano<br />

das creches ou pré-escolas. Vale lembrar que, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases<br />

da Educação Nacional (LDB) Nº 9.394/96, em seus Artigos 29 e 30, esta é primeira<br />

etapa da Educação Básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança<br />

de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,<br />

complementando a ação da família e da comunidade; e deve ser oferecida em creches,<br />

ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e/ou em pré-escolas,<br />

para as crianças de quatro a cinco anos (BRASIL, 1996).<br />

Cavalleiro (1998) aponta que as crianças negras desde cedo sofrem em<br />

situações escolares diferentes consequências do racismo: deixam de receber afeto, são<br />

ridicularizadas por suas características fenotípicas ou retidas por conta do “pessimismo<br />

racial” que as consideram menos capazes intelectualmente que as outras crianças. Para<br />

esta autora, “o racismo é um problema que está presente no cotidiano escolar, que fere<br />

marca, profundamente crianças e adolescentes negros” (CAVALLEIRO, 2005, p. 34).<br />

Silva (2001) também sinaliza que tem sido observado um cotidiano escolar permeado<br />

por práticas racistas, preconceituosas e discriminatórias que contribuem para a<br />

fragilização da identidade de crianças negro/as.<br />

Há de se considerar, também, que algumas pesquisas (particularmente norteamericanas)<br />

têm demonstrado que, em torno, aproximadamente, dos 4-5 anos as<br />

crianças já desenvolveram algum tipo de conceituação ou identificação racial (FAZZI,<br />

2004). Dessas premissas decorrem a importância da educação das relações étnicoraciais<br />

desde a Educação Infantil.<br />

Há décadas o Movimento Negro, assim como vários estudos<br />

(CAVALLEIRO, 2001; CUNHA JUNIOR, 1997; GOMES, 2001; SANTOS, 2001) têm<br />

argumentado que o ensino de outra história da relação entre Brasil e África, que vá além<br />

do período colonial e do tráfico negreiro, é uma medida que contribui para o<br />

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