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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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sempre classificadas como “artesanatos”, c<strong>ate</strong>gorias inferiorizantes, sob o pretexto de<br />

que esses objetos eram funcionais e que a verdadeira Arte era feita para a contemplação.<br />

Essas formas de manifestação artística dos povos colonizados está sob a<br />

perspectiva da diferença colonial marcada por um olhar que sequer considerava os<br />

povos como humanos.<br />

A Antropologia, ciência que surge a partir do contato com a alteridade nãoeuropeia,<br />

analisava os objetos produzidos pelas populações colonizadas como cultura<br />

m<strong>ate</strong>rial. Da perspectiva funcionalista, os objetos coletados e enviados para museus<br />

eram importantes para a compreensão da organização social e da função que exerciam<br />

em determinados contextos culturais. Não houve, durante um longo período,<br />

preocupações e considerações de investigação a respeito da estética desses objetos.<br />

A partir da publicação da obra “Arte Primitiva” de Franz Boas (1927)<br />

diversos padrões artísticos produzidos por nações indígenas foram investigados sob a<br />

perspectiva estética, ou seja, considerados como expressões artísticas dessas<br />

comunidades. Boas considera que o prazer estético é sentido por toda a humanidade e<br />

que os padrões são formas fixas que expressam a vontade de produzir resultados<br />

estéticos nas diferentes culturas. Para esse autor há uma relação direta entre a técnica e o<br />

sentido da beleza, elementos como simetria e ritmo são formas elementares a todos os<br />

estilos de arte. Desse modo, para que haja um determinado padrão artístico, é necessário<br />

que a forma se estabilize. A questão técnica, da perspectiva colocada pelo autor, é um<br />

fator fundamental para que um objeto possa ser considerado artístico. Dentre os<br />

diversos exemplos das produções dos povos Haida, Chilkat, Salish, Kwakiutl,<br />

analisados por Boas em sua obra, os critérios adotados para distinguir obras de arte de<br />

simples objetos artesanais passam pelo domínio técnico, pela estabilidade e duração da<br />

tradição expressa em padrões, além do significado simbólico desses objetos dentro da<br />

cultura. O autor destaca também que além da arte e das técnicas tradicionais, existem<br />

verdadeiros criadores dentro dessas culturas<br />

Infelizmente, as observações feitas nesse domínio são pouco frequentes e<br />

insatisfatórias, uma vez que é necessário um conhecimento profundo do povo<br />

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