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II Simpósio- artigos agrupados Editado ate pagina 1035

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INTRODUÇÃO<br />

Neste referido trabalho, tencionamos apresentar algumas considerações<br />

sobre a importância da literatura para a filosofia da diferença de Gilles Deleuze,<br />

partindo dos elementos crítica e clínica elencados pelo autor. O objetivo do texto é<br />

compreender a produção literária como criação de uma linha que vai de uma vida não<br />

orgânica sem linguagem até a consumação de um ato de resistência contra a política e a<br />

psicanálise.<br />

Tendo em vista essa temática, as questões a serem desenvolvidas são: qual a<br />

importância da literatura para a filosofia da diferença de Deleuze? Qual a relação dos<br />

elementos ditos por “crítica” e “clínica” nos estudos deleuzeanos? O que concluir da<br />

nossa afirmação: “a escrita literária, enquanto uma linha entre uma vida não orgânica<br />

sem linguagem à concretude de um ato de resistênciadetermina novos modos de vida<br />

em detrimento daquilo que a aprisiona: a política e a psicanálise”? Em torno dessas<br />

perguntas, apresentaremos trêspontos necessários, não para uma completa análise do<br />

tema, mas como uma proposta que pode nos servir de propedêutica à filosofia<br />

deleuzeana: 1) a imagem do pensamento, 2) a leitura em intensidade e 3) as linhas de<br />

fuga assumidas pela literatura.<br />

1. A imagem do pensamento<br />

Deleuze tem um procedimento de fazer filosofia que parte da escolha de conceitos<br />

já constituídos na história do pensamento ocidental. O autor busca nos sistemas de autores de<br />

extrema importância para a filosofia, como Nietzsche, Bergson e Espinosa, novas leituras que,<br />

em um primeiro momento, parecem errôneas para os especialistas. Esse é, para Deleuze, um<br />

procedimento de construção de conceitos que privilegia a diferença de cada autor estudado<br />

(MACHADO, 2009). Ele se propõe a ler os filósofos buscando e privilegiando o que ainda não<br />

foi dito, em detrimento de uma interpretação cíclica na história da filosofia. Essa leitura<br />

deleuzeana leva em consideração os afetos enquanto elementos que interferem na interpretação,<br />

e dita por comentadores do próprio Deleuze que poderia ser desconhecida mesmo pelos próprios<br />

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