02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

para que possam operar mais intensamente no plano das relações<br />

sociais 7 .<br />

Para o constitucionalismo atual, todas as normas constitucionais<br />

são executáveis por si mesmas, até on<strong>de</strong> possam sê-lo.<br />

Advirta-se que todas as normas, em certo sentido, são incompletas,<br />

até por serem, por <strong>de</strong>finição, gerais e abstratas, necessitando,<br />

por isso mesmo, do trabalho do intérprete para serem aplicadas<br />

aos casos da vida social. As normas autoaplicáveis, <strong>de</strong> seu<br />

lado, não excluem necessariamente novos <strong>de</strong>senvolvimentos por<br />

meio <strong>de</strong> legislação ordinária.<br />

Outra classificação, que também enfoca o critério da aplicabilida<strong>de</strong><br />

das normas constitucionais e que se difundiu bastante na<br />

doutrina e na jurisprudência brasileiras, aponta três espécies<br />

básicas <strong>de</strong> normas constitucionais — as normas constitucionais <strong>de</strong><br />

eficácia plena, as normas constitucionais <strong>de</strong> eficácia contida e as<br />

normas constitucionais <strong>de</strong> eficácia limitada (ou reduzida).<br />

As normas <strong>de</strong> eficácia plena são as idôneas para produzir<br />

todos os efeitos previstos, isto é, po<strong>de</strong>m disciplinar <strong>de</strong> pronto as<br />

relações jurídicas, uma vez que contêm todos os elementos necessários.<br />

Correspon<strong>de</strong>m aos casos <strong>de</strong> norma autoexecutável. A<br />

essa categoria são muitas vezes assimilados os preceitos que contêm<br />

proibições, que conferem isenções e os que estipulam prerrogativas<br />

8 . É <strong>de</strong> eficácia plena o art. 12, I, que qualifica como “os<br />

nascidos na República Fe<strong>de</strong>rativa do Brasil, ainda que <strong>de</strong> pais estrangeiros,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que estes não estejam a serviço <strong>de</strong> seu país”. Da<br />

mesma forma, o art. 14, § 1, I, que torna obrigatório o voto para<br />

os maiores <strong>de</strong> 18 anos.<br />

As normas <strong>de</strong> eficácia contida são também autoexecutáveis<br />

e estão aptas para produzir plenos efeitos no mundo das relações.<br />

São <strong>de</strong>stacadas da classe das normas <strong>de</strong> eficácia plena pela só circunstância<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rem ser restringidas na sua abrangência, por<br />

<strong>de</strong>liberação do legislador infraconstitucional. A norma do art. 5º,<br />

LVIII (“o civilmente i<strong>de</strong>ntificado não será submetido a i<strong>de</strong>ntificação<br />

criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei”), se amolda<br />

a essa classificação. Estabelece um direito <strong>de</strong> aplicação imediata e<br />

plena eficácia, ao proibir que a pessoa que tenha sido i<strong>de</strong>ntificada<br />

civilmente seja submetida à i<strong>de</strong>ntificação criminal, mas abre ensejo<br />

a que o legislador ressalve casos em que a i<strong>de</strong>ntificação<br />

105/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!