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Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

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— po<strong>de</strong> constituir uma questão preliminar, mas não o objeto principal<br />

do processo.” 45<br />

Assim, po<strong>de</strong> o Tribunal concluir que a lei foi revogada por<br />

contrariar dispositivo constitucional (das Gesetz nicht mehr gilt),<br />

reconhecer a sua insubsistência como direito fe<strong>de</strong>ral (das Gesetz<br />

nicht als Bun<strong>de</strong>srecht fortgilt), ou constatar a vigência enquanto<br />

direito fe<strong>de</strong>ral (das Gesetz als Bun<strong>de</strong>srecht fortgilt) 46 .<br />

Entre nós, a referência ao tema parece limitada aos estudos<br />

<strong>de</strong> Pontes <strong>de</strong> Miranda, que formula as seguintes proposições sobre<br />

o assunto:<br />

1669/2051<br />

“Sempre que a Constituição dá à União a competência sobre certa<br />

matéria e havia legislação anterior, fe<strong>de</strong>ral e local, em contradição,<br />

a Constituição ab-rogou ou <strong>de</strong>rrogou a legislação fe<strong>de</strong>ral ou local,<br />

em choque com a regra jurídica <strong>de</strong> competência. Não se precisa,<br />

para se <strong>de</strong>cidir em tal sentido, que se componha a maioria absoluta<br />

do art. 116.<br />

Se a legislação, que existia, era só estadual, ou municipal, e a Constituição<br />

tornou <strong>de</strong> competência legislativa fe<strong>de</strong>ral a matéria, a superveniência<br />

da Constituição faz contrário à Constituição qualquer<br />

ato <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>ssa legislação, no que ela, com a nova regra<br />

jurídica <strong>de</strong> competência, seria sem sentido. A maioria do art. 116<br />

não é necessária. Aliter, se só há a ab-rogação ou a <strong>de</strong>rrogação, se<br />

inconstitucional a continuação da incidência; e. g., se antes <strong>de</strong> ser<br />

estadual, ou municipal, fora fe<strong>de</strong>ral (discute-se se há repristinação<br />

ou inconstitucionalida<strong>de</strong>).<br />

Se havia legislação fe<strong>de</strong>ral e estadual e a competência passou a<br />

ser, tão só, do Estado-membro, ou do Município, a legislação fe<strong>de</strong>ral<br />

persiste, estadualizada, ou municipalizada, respectivamente,<br />

até que o Estado-membro ou o Município a ab-rogue, ou <strong>de</strong>rrogue”<br />

47 .<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, não há cogitar <strong>de</strong> uma fe<strong>de</strong>ralização <strong>de</strong> normas<br />

estaduais ou municipais, por força <strong>de</strong> alteração na regra <strong>de</strong><br />

competência.<br />

Nesse caso, há <strong>de</strong> se reconhecer eficácia <strong>de</strong>rrogatória à<br />

norma constitucional que tornou <strong>de</strong> competência legislativa fe<strong>de</strong>ral<br />

matéria anteriormente afeta ao âmbito estadual ou municipal.

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