02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

eivindicou a atribuição para nomear o Presi<strong>de</strong>nte e o Vice-Presi<strong>de</strong>nte<br />

do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, o que acabou por ocorrer<br />

regularmente até 1945 (Dec.-Lei n. 2.770, <strong>de</strong> 11-11-1940). Referido<br />

Decreto-Lei foi revogado pelo Decreto-Lei n. 8.561, <strong>de</strong><br />

4-1-1946, firmado pelo Presi<strong>de</strong>nte do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral,<br />

no exercício da Presidência da República, José Linhares. A Carta<br />

<strong>de</strong> 1937 traduziu um inequívoco retrocesso também no que concerne<br />

ao sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>. Embora não<br />

tenha introduzido qualquer modificação no mo<strong>de</strong>lo difuso <strong>de</strong> controle<br />

(art. 101, III, b e c), preservando-se, inclusive, a exigência <strong>de</strong><br />

quórum especial para a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> (art.<br />

96), o constituinte rompeu com a tradição jurídica brasileira, consagrando,<br />

no art. 96, parágrafo único, princípio segundo o qual,<br />

no caso <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>clarada a inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma lei que, a<br />

juízo do Presi<strong>de</strong>nte da República, fosse necessária ao bem-estar<br />

do povo, à promoção ou <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> interesse nacional <strong>de</strong> alta<br />

monta, po<strong>de</strong>ria o Chefe do Executivo submetê-la novamente ao<br />

Parlamento. Confirmada a valida<strong>de</strong> da lei por 2/3 <strong>de</strong> votos em<br />

cada uma das Câmaras, tornava-se insubsistente a <strong>de</strong>cisão do<br />

Tribunal. Instituiu-se, assim, uma peculiar modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> revisão<br />

constitucional, pois, como observado por Celso Bastos, a lei confirmada<br />

passou a ter, na verda<strong>de</strong>, a força <strong>de</strong> uma emenda à Constituição<br />

36 . Como não se instalou o Parlamento sob a Constituição<br />

<strong>de</strong> 1937, tais po<strong>de</strong>res foram exercidos pelo Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República (art. 180). Em 1939, o Presi<strong>de</strong>nte Getúlio Vargas editou<br />

o Decreto-Lei n. 1.564, confirmando textos <strong>de</strong> lei <strong>de</strong>clarados<br />

inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral 37 . No período<br />

referido (1937-1945), multiplicaram-se os pedidos <strong>de</strong> habeas corpus<br />

e <strong>de</strong> outras medidas judiciais com o objetivo <strong>de</strong> contestar os<br />

atos do Governo. Eram muitos os po<strong>de</strong>res discricionários, como o<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cretar a aposentadoria <strong>de</strong> funcionários civis e militares (CF,<br />

art. 177) e o <strong>de</strong> impedir a concessão <strong>de</strong> medida judicial contra<br />

atos adotados durante o estado <strong>de</strong> emergência (CF, art. 170).<br />

O regime autocrático fundado na Constituição <strong>de</strong> 1937 teve<br />

seu termo com a eleição <strong>de</strong> uma Constituinte (Lei <strong>Constitucional</strong><br />

n. 13, <strong>de</strong> 12-11-1945). A nova Constituição <strong>de</strong>mocrática entrou<br />

em vigor em 18-9-1946.<br />

1313/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!