02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

190 Garvey e Schauer, The first amendment, cit., p. 603.<br />

191 Não faz sentido enten<strong>de</strong>r o ensino religioso como ativida<strong>de</strong> acadêmica<br />

<strong>de</strong>stituída do propósito <strong>de</strong> exposição e <strong>de</strong>monstração dos fundamentos <strong>de</strong> alguma<br />

crença existente. Não fosse assim, não haveria por que o constituinte se<br />

dar ao cuidado <strong>de</strong> estabelecer que o ensino religioso é “<strong>de</strong> matrícula facultativa”.<br />

Ensino religioso não se confun<strong>de</strong> com sociologia das religiões.<br />

192 STA 389 AgR, Rel. Min. Gilmar Men<strong>de</strong>s, DJe <strong>de</strong> 14-5-2010. O relator<br />

expôs que não se aplica à realida<strong>de</strong> constitucional brasileira a posição<br />

jurispru<strong>de</strong>ncial norte-americana contrária a que se aprovem leis que<br />

favoreçam uma ou mesmo todas as religiões. Não se ajusta ao mo<strong>de</strong>lo da<br />

Constituição <strong>de</strong> 1988 a imagem da “construção <strong>de</strong> um muro entre Igreja e<br />

Estado”.<br />

193 O STF já apreciou caso em que uma diocese da Igreja Ortodoxa reclamava<br />

a entrega a ela do prédio da igreja e da casa paroquial, ocupadas pelo<br />

pároco respectivo, que adotou atitu<strong>de</strong> cismática. A questão do cisma interno<br />

foi tida como <strong>de</strong> relevância nula para o direito a ser aplicado, resolvendo-se a<br />

controvérsia a partir da consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que os prédios estavam registrados<br />

em nome da paróquia, que era pessoa jurídica <strong>de</strong>vidamente constituída,<br />

concluindo-se que esta podia opor-se a que a Igreja Ortodoxa <strong>de</strong>la se apo<strong>de</strong>rasse,<br />

já que entre a paróquia e a Igreja Ortodoxa havia apenas laço espiritual,<br />

insuscetível <strong>de</strong> gerar direitos arguidos em juízo (RE 80.340, RTJ, 81/471,<br />

Rel. Bilac Pinto).<br />

194 Neste sentido <strong>de</strong>cidiu o Tribunal Superior do Trabalho, em acórdão lavrado<br />

pelo Ministro Ives Gandra Martins: “AGRAVO DE INSTRUMENTO.<br />

PASTOR EVANGÉLICO. RELAÇÃO DE EMPREGO. NÃO<br />

CONFIGURAÇÃO. REEXAME DE PROVA VEDADO PELA SÚMULA<br />

N. 126 DO TST.<br />

O vínculo que une o pastor à sua igreja é <strong>de</strong> natureza religiosa e vocacional,<br />

relacionado à resposta a uma chamada interior e não ao intuito <strong>de</strong> percepção<br />

<strong>de</strong> remuneração terrena. A subordinação existente é <strong>de</strong> índole eclesiástica, e<br />

não empregatícia, e a retribuição percebida diz respeito exclusivamente ao<br />

necessário para a manutenção do religioso. Apenas no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>svirtuamento<br />

da própria instituição religiosa, buscando lucrar com a palavra <strong>de</strong><br />

Deus, é que se po<strong>de</strong>ria enquadrar a igreja evangélica como empresa e o pastor<br />

como empregado. No entanto, somente mediante o reexame da prova po<strong>de</strong>rse-ia<br />

concluir nesse sentido, o que não se admite em recurso <strong>de</strong> revista, a teor<br />

da Súmula n. 126 do TST, pois as premissas fáticas assentadas pelo TRT foram<br />

<strong>de</strong> que o Reclamante ingressou na Reclamada apenas visando a ganhar<br />

almas para Deus e não se discutiu a natureza espiritual ou mercantil da Reclamada.<br />

Agravo <strong>de</strong>sprovido” (AIRR 3652/2002-900-05-00.2, DJ <strong>de</strong> 9-5-2003).<br />

195 STF, RE 92.916, RTJ, 100/329, Rel. Min. Antonio Ne<strong>de</strong>r. Assinalou-se<br />

que “a Justiça <strong>de</strong>ve estimular no criminoso, notadamente o primário e recuperável,<br />

a prática da religião, por causa do seu conteúdo pedagógico, nada<br />

importando o local”.<br />

196 RHC 62240, RTJ, 114/1038, Rel. Min. Francisco Rezek.<br />

474/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!