02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

“Não é fácil, entretanto, conceituar o crime político. A doutrina se<br />

divi<strong>de</strong> em duas correntes: a) uma objetiva, consi<strong>de</strong>rando crime<br />

político o praticado contra a or<strong>de</strong>m política estatal; aí, o bem<br />

jurídico protegido é <strong>de</strong> natureza política; b) outra, subjetiva, segundo<br />

a qual são políticos os crimes praticados com finalida<strong>de</strong><br />

política.<br />

(...)<br />

A noção <strong>de</strong> crime político não é tão generalizada quanto a <strong>de</strong><br />

crime comum. O aspecto antissocial do crime político é muito relativo;<br />

o do crime comum, ao contrário, é absoluto. Um Estado<br />

po<strong>de</strong> punir um fato que em outro Estado po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado, até<br />

mesmo, um ato <strong>de</strong> civismo, variando a critério da legislação” 352 .<br />

724/2051<br />

Por isso, enfatiza-se na jurisprudência a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um critério <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição ou situação <strong>de</strong><br />

prepon<strong>de</strong>rância.<br />

Um bom exemplo <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> situação tem-se na Extradição<br />

n. 694, da relatoria do Ministro Sydney Sanches. Eis a<br />

ementa do julgado:<br />

“EXTRADIÇÃO EXECUTÓRIA DE PENAS. PRESCRIÇÃO.<br />

CRIMES POLÍTICOS: CRITÉRIO DA PREPONDERÂNCIA. 1.<br />

O extraditando foi con<strong>de</strong>nado pela Justiça Italiana, em julgamentos<br />

distintos, a três penas <strong>de</strong> reclusão: a) a primeira, <strong>de</strong> 1 ano, 8<br />

meses e 20 dias; b) a segunda, <strong>de</strong> 5 anos e 6 meses; e c) a terceira,<br />

<strong>de</strong> 6 anos e 10 meses. 2. Quanto à primeira, ocorreu a prescrição<br />

da pretensão punitiva, <strong>de</strong> acordo com a lei brasileira. E até a prescrição<br />

da pretensão executória da pena, seja pela lei brasileira,<br />

seja pela italiana. 3. No que concerne às duas outras, não se consumou<br />

qualquer espécie <strong>de</strong> prescrição, por uma ou outra leis. 4.<br />

Mas, já na primeira con<strong>de</strong>nação, atingida pela prescrição, ficara<br />

evi<strong>de</strong>nciado o caráter político dos <strong>de</strong>litos, consistentes em explosões<br />

realizadas na via pública, para assustar adversários políticos,<br />

nas proximida<strong>de</strong>s das se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suas entida<strong>de</strong>s, sem danos<br />

pessoais, porque realizadas <strong>de</strong> madrugada, em local <strong>de</strong>sabitado e<br />

não frequentado, na ocasião, por qualquer pessoa, fatos ocorridos<br />

em 1974. 5. A segunda con<strong>de</strong>nação imposta ao extraditando foi,<br />

também, por crime político, consistente em participação simples<br />

em bando armado, <strong>de</strong> roubo <strong>de</strong> armas contra empresa que as<br />

comercializava, <strong>de</strong> roubo <strong>de</strong> armas e <strong>de</strong> dinheiro, contra entida<strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!