02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ação legislativa, consistente na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um espaço insuscetível<br />

<strong>de</strong> regulação.<br />

2) Os sectários da chamada teoria relativa (relative Theorie)<br />

enten<strong>de</strong>m que o núcleo essencial há <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido para cada<br />

caso, tendo em vista o objetivo perseguido pela norma <strong>de</strong> caráter<br />

restritivo. O núcleo essencial seria aferido mediante a utilização<br />

<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração entre meios e fins (Zweck-Mittel-Prufung),<br />

com base no princípio da proporcionalida<strong>de</strong> 77 . O<br />

núcleo essencial seria aquele mínimo insuscetível <strong>de</strong> restrição ou<br />

redução com base nesse processo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração 78 . Segundo essa<br />

concepção, a proteção do núcleo essencial teria significado marcadamente<br />

<strong>de</strong>claratório.<br />

Gavara <strong>de</strong> Cara observa, a propósito, que, para a teoria relativa,<br />

“o conteúdo essencial não é uma medida pré-estabelecida e<br />

fixa, uma vez que não se trata <strong>de</strong> um elemento autônomo ou parte<br />

dos direitos fundamentais” 79 . Por isso, segundo Alexy, a garantia<br />

do art. 19, II, da Lei Fundamental alemã não apresenta, em face<br />

do princípio da proporcionalida<strong>de</strong>, qualquer limite adicional à restrição<br />

dos direitos fundamentais 80 .<br />

Tanto a teoria absoluta quanto a teoria relativa preten<strong>de</strong>m<br />

assegurar maior proteção dos direitos fundamentais, na medida<br />

em que buscam preservar os direitos fundamentais contra uma<br />

ação legislativa <strong>de</strong>sarrazoada 81 .<br />

Todavia, todas elas apresentam fragilida<strong>de</strong>s.<br />

É verda<strong>de</strong> que a teoria absoluta, ao acolher uma noção material<br />

do núcleo essencial 82 , insuscetível <strong>de</strong> redução por parte do<br />

legislador, po<strong>de</strong> converter-se, em muitos casos, numa fórmula<br />

vazia, dada a dificulda<strong>de</strong> ou até mesmo a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>monstrar ou caracterizar in abstracto a existência <strong>de</strong>sse mínimo<br />

essencial. É certo, outrossim, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma proteção ao<br />

núcleo essencial do direito fundamental, <strong>de</strong> difícil i<strong>de</strong>ntificação,<br />

po<strong>de</strong> ensejar o sacrifício do objeto que se preten<strong>de</strong> proteger 83 .<br />

Não é preciso dizer também que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> núcleo essencial sugere<br />

a existência clara <strong>de</strong> elementos centrais ou essenciais e elementos<br />

aci<strong>de</strong>ntais, o que não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> preparar significativos embaraços<br />

teóricos e práticos 84 .<br />

314/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!