02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Estados-membros por <strong>de</strong>scumprimento <strong>de</strong> princípio constitucional<br />

sensível foi subordinada ao juízo <strong>de</strong> procedência, pelo STF, <strong>de</strong><br />

representação do Procurador-Geral da República. A Constituição<br />

previu expressamente o mandado <strong>de</strong> segurança.<br />

O diploma teve curta duração. Em 1937, o país já estava<br />

sob a regência <strong>de</strong> uma Constituição outorgada pelo Presi<strong>de</strong>nte<br />

Getúlio Vargas, acompanhando o golpe <strong>de</strong> Estado do mesmo ano.<br />

A Constituição foi apodada <strong>de</strong> polaca, <strong>de</strong>vido à influência que<br />

nela se encontrou da Constituição polonesa, <strong>de</strong> linha ditatorial, <strong>de</strong><br />

1935. A tônica da Carta do Estado Novo foi o fortalecimento do<br />

Executivo. O Presi<strong>de</strong>nte da República era, por disposição expressa<br />

do art. 37, a “autorida<strong>de</strong> suprema do Estado”. Podia adiar<br />

as sessões do parlamento, além <strong>de</strong> lhe ser dado dissolver o Legislativo.<br />

Habilitou-se o Presi<strong>de</strong>nte da República a legislar por<br />

<strong>de</strong>creto-lei. A Constituição eliminou a justiça fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> primeira<br />

instância, reduziu os direitos fundamentais proclamados no diploma<br />

anterior e <strong>de</strong>sconstitucionalizou o mandado <strong>de</strong> segurança e a<br />

ação popular. No plano do controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, o art.<br />

96, parágrafo único, estabelecia que o Presi<strong>de</strong>nte da República<br />

po<strong>de</strong>ria submeter uma <strong>de</strong>cisão do Supremo Tribunal Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>claratória<br />

da inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei à revisão pelo Parlamento,<br />

que po<strong>de</strong>ria afirmar a constitucionalida<strong>de</strong> do diploma e<br />

tornar sem efeito a <strong>de</strong>cisão judicial. A Carta também previa que,<br />

em sendo <strong>de</strong>clarado o estado <strong>de</strong> emergência ou o <strong>de</strong> guerra, os<br />

atos praticados sob esse pressuposto seriam insindicáveis em<br />

juízo. Os direitos fundamentais ganharam referência, mas apenas<br />

simbólica. A pena <strong>de</strong> morte voltou a ser adotada, agora para<br />

crimes políticos e em certos homicídios. Institucionalizaram-se a<br />

censura prévia da imprensa e a obrigatorieda<strong>de</strong> da divulgação <strong>de</strong><br />

comunicados do Governo.<br />

As casas legislativas foram dissolvidas e o parlamento não<br />

funcionou no regime ditatorial, <strong>de</strong>sempenhando o Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, por si só, todas as atribuições do Legislativo, inclusive<br />

a <strong>de</strong> <strong>de</strong>sautorizar a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei pelo<br />

STF. Com isso, tornaram-se irrisórios os juízos <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong><br />

que o Tribunal se animasse a formular sobre atos normativos<br />

do Presi<strong>de</strong>nte da República.<br />

O término da Segunda Guerra Mundial e a <strong>de</strong>rrocada dos<br />

regimes autoritários influíram sobre os acontecimentos políticos<br />

152/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!