02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cuida. Pelo contrário, a própria parte autora ou requerente<br />

legitima-se não em razão da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> interesse<br />

específico, mas exatamente <strong>de</strong> interesse genérico amplíssimo, <strong>de</strong><br />

interesse público. Ter-se-ia, pois, uma <strong>de</strong>cisão (direta) sobre a legitimida<strong>de</strong><br />

da norma.<br />

Deve-se acrescentar que o julgamento <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> questão<br />

pela jurisdição ordinária <strong>de</strong> primeiro grau suscita outro problema,<br />

igualmente grave, no âmbito da sistemática <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong><br />

adotada no Brasil. Diferentemente da <strong>de</strong>cisão inci<strong>de</strong>nter<br />

tantum proferida nos casos concretos, inclusive pelo Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, cuja eficácia fica adstrita às partes do<br />

processo, a <strong>de</strong>cisão sobre a constitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lei proferida<br />

pelo juiz <strong>de</strong> primeiro grau haveria <strong>de</strong> ser dotada <strong>de</strong> eficácia geral e<br />

abstrata. Nem po<strong>de</strong>ria ser diferente: como as partes na ação civil<br />

pública atuam não na <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> interesse jurídico específico, mas,<br />

propriamente, na proteção do interesse público, qualquer pretensão<br />

no sentido <strong>de</strong> limitar a eficácia das <strong>de</strong>cisões apenas às<br />

partes formais do processo redundaria na sua completa<br />

nulificação.<br />

Admitida a utilização da ação civil pública como instrumento<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, tem-se ipso<br />

jure a outorga à jurisdição ordinária <strong>de</strong> primeiro grau <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res<br />

que a Constituição não assegura sequer ao Supremo Tribunal<br />

Fe<strong>de</strong>ral. É que, como visto, a <strong>de</strong>cisão sobre a constitucionalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> lei proferida pela Excelsa Corte no caso concreto tem, inevitavelmente,<br />

eficácia inter partes 107 .<br />

É certo, a<strong>de</strong>mais, que, ainda que se <strong>de</strong>senvolvam esforços<br />

no sentido <strong>de</strong> formular pretensão diversa, toda vez que na ação<br />

civil pública ficar evi<strong>de</strong>nte que a medida ou providência que se<br />

preten<strong>de</strong> questionar é a própria lei ou ato normativo, restará inequívoco<br />

que se trata mesmo é <strong>de</strong> impugnação direta <strong>de</strong> lei. Nessas<br />

condições, para que se não chegue a um resultado que subverta<br />

todo o sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> adotado<br />

no Brasil, tem-se <strong>de</strong> admitir a completa inidoneida<strong>de</strong> da ação civil<br />

pública como instrumento <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, seja<br />

porque ela acabaria por instaurar um controle direto e abstrato no<br />

plano da jurisdição <strong>de</strong> primeiro grau, seja porque a <strong>de</strong>cisão<br />

1568/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!