02.04.2017 Views

Curso de Direito Constitucional

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

Este Curso se tornou, desde a sua primeira edição em 2007, um êxito singular. O Prêmio Jabuti de 2008 logo brindou os seus méritos e antecipou a imensa acolhida que vem recebendo pelo público. A vivência profissional dos autores, o primeiro, como Ministro do Supremo Tribunal Federal, e o segundo, como membro do Ministério Público experimentado nos afazeres da Corte, decerto que contribui para que este livro esteja sempre atualizado. Nessa nova edição, a estrutura básica do livro foi mantida e o texto foi colocado em dia com a legislação e a jurisprudência mais recente. Sem esquecer, é claro, de novas inserções de doutrina.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

É, portanto, nesse novo contexto que se aprecia o controle<br />

inci<strong>de</strong>ntal ou concreto <strong>de</strong> normas.<br />

Como se sabe, adotou-se, entre nós, <strong>de</strong> início, o mo<strong>de</strong>lo difuso<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> 3 . O Decreto n. 848,<br />

<strong>de</strong> 11-10-1890, previa que “na guarda e aplicação da Constituição<br />

e das leis nacionais, a magistratura só intervirá em espécie e por<br />

provocação da parte”. O <strong>de</strong>senvolvimento superveniente consolidou<br />

tal tendência, como se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> do disposto nos arts. 59,<br />

§ 1º, a e b, e 60 da Constituição <strong>de</strong> 1891, e no art. 13, § 10, da Lei<br />

<strong>de</strong> Organização da Justiça Fe<strong>de</strong>ral (Lei n. 221, <strong>de</strong> 20-11-1894). A<br />

reforma <strong>de</strong> 1926 não introduziu modificação significativa,<br />

limitando-se a restringir o acesso ao Judiciário nas questões políticas<br />

4 .<br />

A matéria não sofreu alterações profundas nos textos<br />

subsequentes.<br />

A <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> inconstitucionalida<strong>de</strong> por via <strong>de</strong> exceção se<br />

erigiu, inicialmente, em dogma do regime republicano. A<br />

“inconstitucionalida<strong>de</strong> — ensinava Rui — não se aduz como alvo<br />

da ação, mas apenas como subsídio à justificação do direito, cuja<br />

reivindicação se discute” 5 , uma vez que “o remédio judicial contra<br />

os atos inconstitucionais, ou ilegais, da autorida<strong>de</strong> política não<br />

se <strong>de</strong>ve pleitear por ação direta ou principal” 6 . E, <strong>de</strong>ntre os requisitos<br />

ao exercício do controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong>, no <strong>Direito</strong><br />

brasileiro, reputava imprescindível “que a ação não tenha por objeto<br />

diretamente o ato inconstitucional do po<strong>de</strong>r legislativo, ou executivo,<br />

mas se refira à inconstitucionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le apenas como<br />

fundamento, e não alvo, do libelo” 7 .<br />

Essa concepção ortodoxa sofreu profunda modificação na<br />

sua própria matriz, conforme <strong>de</strong>monstra George Jaffin no artigo<br />

intitulado “Evolução do controle jurisdicional <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong><br />

das leis nos Estados Unidos” 8 . A ampla utilização da injunction<br />

como técnica do controle <strong>de</strong> constitucionalida<strong>de</strong> permitiu que<br />

se atenuassem, significativamente, as exigências para obter “uma<br />

<strong>de</strong>claração judicial sobre a valida<strong>de</strong> da lei”, ensejando a propositura<br />

<strong>de</strong> ações visando a impedir que <strong>de</strong>terminado agente oficial<br />

<strong>de</strong>sse execução a uma lei inconstitucional 9 . Admitia-se, como observado<br />

por Benjamin Cardozo, “que o prejudicado chorasse antes<br />

1518/2051

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!