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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Ansiedade aquela (que FREUD considerava característica de todos os organismos superiores) e<br />

An-gústia (psicológicas e existenciais), aquelas antes referidas, de que já se fala, filosoficamente, sobretudo<br />

no Pensamento mais marcadamente Existencial, pelo menos desde SÖREN KIERKEGAARD (1813-1855)<br />

e à qual este se referira, por exemplo, como a «Perda Somático-Psíquica da Liberdade» e a «Perda Pneu-<br />

mática da Liberdade», ou <strong>ao</strong> falar em «Temor e Tremor»: cfr. O Conceito de Angústia, referido na Biblio-<br />

grafia Anexa (respectivamente: Capítulo IV, § 2º., I e II; e mais «algures» na mesma Obra), onde este Autor<br />

diz, por exemplo, que a Angústia é: a «Vertigem da Liberdade que nasce, quando (...) a Liberdade mergu-<br />

lha o olhar no Abismo das suas Possibilidades e se agarra à “Finitude” para Não Cair».<br />

Devendo distinguir-se, cuidadosamente, diz ainda ele, a Angústia do Desespero, já que este se encon-<br />

tra ligado <strong>ao</strong> fracasso da contradição, do paradoxo e do absurdo, que é o fracasso da razão; enquanto a<br />

Angústia se encontra ligada à Possibilidade e à Liberdade, sendo uma característica específica do homem<br />

que, experimentando-se Livre, sente, na decisão, o Nada das suas possibilidades. É a Vertigem perante o<br />

Nada, perante o que não é mas poderia ser, surgindo da própria Possibilidade da Liberdade.<br />

E isto, independentemente de se definir a Angústia quanto mais vivida do que pensada e a Ansiedade<br />

quanto tão pensada como vivida, já que, na realidade, não há verdadeira Solução de Continuidade entre<br />

as duas, pois que em ambas há um Crescendo, da segunda para a primeira, de, primeiramente, uma «asfi-<br />

xiante e opressora falta de ar» e da impossibilidade de uma «inspiração» profunda e satisfatoriamente li-<br />

bertadora (como «sintoma»), de um bloqueio e fixação do pensamento («obsessão») e, por consequência,<br />

da própria motricidade física.<br />

Enfim, de um «... mal-estar, <strong>ao</strong> mesmo tempo psíquico e físico, caracterizado por um “receio<br />

difuso”, sem objecto bem determinado, desde a simples “antecipação de uma ameaça” de proveniência<br />

desconhe-cida», até <strong>ao</strong>s sentimentos agudamente vividos de Desamparo, Inquietação, Desprotecção»<br />

(sendo o Mun-do Exterior percebido como um “lugar inóspito”, “hostil” e mesmo “ameaçador”), de<br />

Insegurança e de Falta de Auto-Confiança (cfr. ANTHONY GIDDENS sobre o conceito de Segurança<br />

Ontológica, rela-cionado com a Infância Precoce e com a Ansiedade, que certos aspectos da Modernidade<br />

potenciam), de Fragilidade, de Debilidade, de Vulnerabilidade, de Abandono, de Tremura, de Vacilação,<br />

de Falta de Firmeza Física até e, no limite, de «Desamparo Radical» (AMARAL DIAS), Vazio e Solidão<br />

Absolutos, até à sensação, já patológica, da “perda da identidade, da integralidade, da inteireza e da<br />

coesão e unida-de próprias internas” — ou da perda (na tão exacta, rigorosa e, por isso mesmo, tão<br />

prenhe de sentido, expressão do Neurocientista português, ANTÓNIO DAMÁSIO) d’“O Sentimento de<br />

Si” (ou do “Selbstsein” = “Ser-Si-Próprio”, na linguagem, já Filosófica, mas de Raíz Existencial de um<br />

KARL JAS-PERS) —, até à diluição da “Fronteira” entre o “Dentro” e o “Fora” (daí a sensação<br />

aterradora de se ser “invadido”, ou “atravessado”/ “trespassado”, pelos Outros, ou pela própria<br />

«Realidade Externa», Em Bloco e Totalitariamente — isto é, o «Rompimento» da chamada «Pele do Eu»,<br />

ou «Pele Psíquica» (AMARAL DIAS); ou a «Perda» (ou «impossibilidade/dificuldade») de Criar aquela<br />

«Distanciação» em relação <strong>ao</strong> «Exterior» (“O Negativo” de, também, AMARAL DIAS), de que falámos<br />

mais atrás, e, correlativamente a «Ordem Interna» de que também já falámos... — até às «Fobias» várias<br />

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