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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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não nos movemos para além da modernidade, mas estamos a viver precisamente através de uma fase<br />

da sua radicalização» — pág. 51.<br />

E quanto <strong>ao</strong> declínio gradual da hegemonia global Europeia ou Ocidental, em que a civilização moderna<br />

é simplesmente vista como uma civilização regionalmente localizada entre outras, GIDDENS diz o<br />

seguinte:<br />

«Mas a modernidade não é apenas uma civilização entre outras, de acordo com a interpretação<br />

descontinuísta que sugeri acima. A influência declinante do Ocidente sobre o resto do mundo não é um<br />

resultado do impacto decrescente das instituições que primeiro ali surgiram, mas, pelo contrário, um<br />

resultado da sua expansão global. O poder económico, político e militar que deu <strong>ao</strong> Ocidente a sua<br />

primazia, e que era fundado na conjunção das quatro dimensões institucionais da modernidade que<br />

discutirei em breve (verbi gratia: o capitalismo, ou a acumulação dinâmica do capital em regime de<br />

propriedade privada dos meios de produção e de trabalho assalariado sem propriedade, no con<strong>texto</strong> de<br />

mercados competitivos de trabalho e de produção; o industrialismo, ou a transformação da Natureza<br />

pelo desenvolvimento de um «ambiente criado», através da «maquinaria» e da «alta tecnologia», e<br />

modelada pela aliança da ciência com a tecnologia; a vigilância — surveillance — social e o controlo<br />

da informação pelo poder administrativo do moderno Estado-Nação; e o controlo monopolista dos<br />

meios de violência por parte do Estado moderno, através da manutenção secular de novos códigos de<br />

direito criminal, do controlo supervisor do «desvio» — deviance — e do poder militar no con<strong>texto</strong> da<br />

industrialização da guerra dirigida principalmente para com outros Estados — sendo que estas quatro<br />

características institucionais operam sobre o pano de fundo das três fontes de dinamismo da<br />

Modernidade, que são antes condições de facilitação para as transições históricas da mesma: a<br />

distanciação tempo-espaço, os mecanismos de descon-textualização e a reflexividade institucional), já<br />

não diferencia distintamente os países ocidentais dos outros algures. Podemos interpretar este processo<br />

como um processo de globalização (que GIDDENS entende envolver as seguintes quatro dimensões: a<br />

economia capitalista mundial, o sistema de Estados-Na-ções soberanos, a ordem militar mundial e o<br />

desenvolvimento industrial implicando a divisão internaci-onal global do trabalho que é<br />

responsável, entre outras coisas, pelo impacto declinante das políticas económicas keynesianas, nos<br />

nossos dias, quando aplicadas <strong>ao</strong> nível nacional), um termo que deve ter uma posição-chave no léxico<br />

das ciências sociais» — págs. 51-52.<br />

Finalmente, quanto à emergência de novos movimentos sociais e à criação de novas agendas políticas,<br />

diz:<br />

«Analisarei a pós-modernidade como uma série de transições imanentes para longe de — ou “para além<br />

de” — as várias características institucionais da modernidade que serão subsequentemente distinguidas.<br />

Nós ainda não vivemos num universo social pós-moderno, mas podemos não-obstante ver não mais<br />

do que alguns vislumbres da emergência de modos de vida e formas de organização social que<br />

divergem dos que são fomentados pelas instituições modernas» — pág. 52.<br />

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