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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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A versão comum de “Édipo” (“sofre de um complexo ...”), <strong>ao</strong> postergar a questão do “Parricídio”,<br />

diminui, também, a dimensão “trágica” do “Incesto” e, consequentemente, o “limiar” onde se coloca a<br />

“transgressão”. E, no entanto, é “nesta” que está a “trama essencial” da Saga Edipiana.<br />

Efectivamente, “Édipo”, quando mata “Laios” (seu Pai) e, depois, se casa com “Jocasta” (Mãe), fa-<br />

zendo-se coroar Rei de Tebas, “não sabe” que, aquele que encontrou e matou, na encruzilhada, era “Lai-<br />

os”, e “muito menos sabe” (pelo menos no registo “consciente”) que, a Raínha que lhe é “Oferecida”, é<br />

“Jocasta”, sua “Mãe”. Tal “ignorância”, porém, “de nada” lhe “vale”, nem ele “quer”, quando “sabe” a<br />

verdade, que lhe “valha”. O “não saber” não desculpa, a “ignorância” não colhe.<br />

Face à “Lei Simbólica”, organizadora da “Polis” (Cidade), a questão “não é” saber “quem sabe”,<br />

mas “quem desmanda”, “quem transgride”. Por outras palavras, o “destino individual”, nas suas vicicis-<br />

situdes e conflitualidades, na inevitável “dimensão gregária”, está “sempre” colocado face a “<strong>Um</strong>a Lei”<br />

que o “transcende” e que, por isso, faz do Sujeito “Homem da Polis”. Aquela (a “Lei”), <strong>ao</strong> colocar-se face<br />

a “Édipo”, o “transgressor”, ainda que por equívoco, “exige”, <strong>deste</strong>, “Aceitação”. Por isso Édipo “pune-<br />

se” (cega-se) e... abandona Tebas.<br />

Esta “prevalência” da gregarização sôbre o “Sujeito Individual” inscreve, pois, este, numa “Ordem”<br />

que está “para além dele”. Encontramos, “aqui”, a “Fundamentação Ética” do “Direito” e a “Razão” pe-<br />

la qual uma “Lei”, ou é, também, “Ordem Simbólica”, ou não é “Lei” alguma, mas, tão-só, “terroris-<br />

mo” (individual, grupal, ou de Estado). (...)».<br />

Pelo que, conclui assim, AMARAL DIAS, este mesmo seu «Texto»:<br />

«(...) Se a tragédia de SÓFOCLES não terminasse como terminou, com a “cegueira-punição” de<br />

“Édipo”, uma “pergunta” ficaria “sem resposta”: ⎯ Como podem, Homens e Mulheres, viver num mun-<br />

do, no qual, “Bem” e “Mal”, se encontram “confundidos”, por vezes “invertidos”, de tal forma que, às ve-<br />

zes, é “difícil” perceber a “diferença” ? Não podem.<br />

De outro modo, a “relação complexa” e “sempre renovada” entre “Cultura” e “Barbárie” penderia<br />

para o “lado desta”, onde o “Terror” se afirma, insolentemente, “Lei”. ».<br />

Porque ⎯ diríamos agora Nós ... ⎯, se, por exemplo, aquela bem conhecida e famosa (Secular !!!)<br />

«Sentença Bíblica», proferida por JESUS CRISTO, em «Sua Própria Pessoa», segundo a qual (e citamos<br />

«de Cor»...) ⎯, tendo-lhe um Seu «Próximo» (do «Sexo Masculino») «Confidenciado» (ou: «Confes-<br />

sado» ???) que, relativamente a uma certa «Mulher», «Esposa» de um qualquer seu (diga-se...) «Amigo/-<br />

-/Vizinho/Conhecido, Etc.», a tinha «Desejado» («Sexualmente», como é óbvio ...), em, apenas, «Pensa-<br />

mentos/Fantasias», Etc. ... ⎯, logo ali JESUS, «Ele Mesmo», lhe terá retorquido:<br />

⎯ «Pois. Mas, até “Só” com isso ... “Já Pecaste” !!! ».<br />

Quer dizer: aquela mesma (mais atrás referida) tal «Voz da Consciência» (no sentido de HEIDEG-<br />

GER); ou aquela (terrível e internamente «Inconsciente») «Instância Super-Egóica» (FREUD), que<br />

«Censura», «Reprova», «Culpabiliza» e ... «Pune», implacàvelmente, a própria «Pessoa», «Por Dentro»<br />

de «Si Própria» (i. é, no seu próprio «Self»...), já mesmo, não só, por quaisquer suas (externalizáveis) «Pa-<br />

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