20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

chas» fáceis à mediocridade qualitativa e à inferior dignidade substantiva dos programas, quer<br />

informativos, quer recreativos; da utilização das pessoas, em estúdio e nas suas casas, para fins<br />

proclamadamente elevados, mas servindo-se das suas carências, das suas fraquezas, da sua<br />

emocionalidade fácil e da sua ingenuidade e candura afectivas, alegadamende em nome de nobres virtudes<br />

morais de «perdão», de «amor» ou de «reencontro»;<br />

—Da proliferação insidiosa de um excesso (em tempo ocupado e em quantidade de mensagens<br />

emitidas) de uma «torrente sistemática» de publicidade enganosa e perigosamente sedutora, não<br />

controlada institucionalmente de um ponto de vista dos reais interesses dos consumidores;<br />

— Da deturpação dos próprios conteúdos informativos ou do que dizem realmente os entrevistados<br />

em estúdio, conforme o timing e os subjectivos e interessados pontos de vista ideológicos e pessoais dos<br />

jornalistas; do «condicionamento», por vezes into<strong>ler</strong>ável, quer para quem o sofre, quer para quem o vê, pelo<br />

timing televisivo e pelas exigências da simplificação do discurso a todo o preço, em meros clichés, ou pelas<br />

impaciência, into<strong>ler</strong>ância, má-disposição ou má-vontade, ou até pura e simples «má-educação», dos<br />

jornalistas de serviço, em relação à livre-expressão dos entrevistados em estúdio, chegando mesmo o<br />

jornalista de serviço a arrogar-se ele próprio, <strong>fazer</strong>, no acto, uma «interpretação autêntica» do que o<br />

entrevistado, ali mesmo presente, «quer ou quiz dizer» efectivamente, muitas vezes deturpando<br />

claramente o sentido do objectivamente declarado, tudo isto em nome de um pretenso e presumido<br />

«jornalismo activo ou de intervenção», quase sempre a resvalar para o puramente «inquisitorial» e o<br />

«autoritário»;<br />

— Do desregramento dos horários das programações, com a relegação dos programas de<br />

presumível melhor qualidade potencial para horas excessivamente tardias, como se as pessoas<br />

telespectadoras não tivessem compromissos e responsabilidades no dia seguinte e não precisassem de<br />

descansar, bem como o privilegiamento do chamado prime-time para os programas de inferior<br />

qualidade, mas de suposto maior «impacto popular»;<br />

— Da apresentação massificante, em sequências ininterruptas, de «séries» fílmicas americanas, já<br />

datadas no seu próprio país de origem e da mais baixa qualidade, chamadas justamente «os enlatados», à<br />

míngua de qualquer «alternativa» substantiva de programação de qualidade;<br />

— Do excesso diário (quer quanto à, a todos os títulos injustificada, importância cultural nacional<br />

atribuída, quer quanto <strong>ao</strong> crescente tempo de programação a issso dedicado, mas em praticamente todos os<br />

canais) do Futebol, até à náusea, explorado sob todos os ângulos possíveis e imaginários, que já nem são<br />

sequer só o propriamente «desportivo»;<br />

— Bem como de quantidades diárias enormes de telenovelas brasileiras, que já deixaram há muito<br />

de ser novidade no nosso país e que também já se tornaram demasiadamente repetitivas, monótonas e<br />

previsíveis;<br />

— Ou então, para pior, das subsidiárias novelas hispano-americanas, pessimamente dobradas em<br />

português e com uma insuportável dessincronização entre a fala e a imagem;<br />

534

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!