20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Março/1999, da Revista Portuguesa de Psicanálise), que vai Muito Para Além do que o próprio<br />

Liberalismo Clássico sempre havia pensado sobre a Liberdade, na Condição de ser ela, para ele,<br />

sempre <strong>Um</strong>a Liberdade sob o Direito (A Liberty Under the Law), numa espécie de Regresso Perverso<br />

do «Estado de<br />

Natureza»,<br />

na conhecida fórmula da «Bellum Omnium Contra Omnes», que, como já<br />

dissera HOBBES, premonitoria-mente, «...é uma permanente Ameaça que pesa sobre a Sociedade e<br />

que pode<br />

irromper<br />

sempre que a Paixão silenciar a Razão ou a Autoridade fracassar».<br />

E que aquela perigosa «Desregulação Normativo-Cultural», de que acima falámos, não é só e prò-<br />

priamente, apenas uma Nossa, própria e idiossincrática «Invencionice», pode comprovar-se pelo<br />

modo sério e empenhado como, justamente essa «Problemática», é tratada e debatida na última Obra,<br />

traduzida para Português (Janeiro de 2 000), de FRANCIS FUKUYAMA e intitulada: A Grande<br />

Ruptura⎯A Natu-reza Humana e a Reconstituição da Ordem Social, referenciada na Bibliografia<br />

Anexa e, também já mais atrás, por Nós referida.<br />

Perante este horizonte, veremos se se confirma a alternativa dilemática que, já a concluir a sua<br />

História das Ideias Políticas, DIOGO FEITAS DO AMARAL, diz prefigurar-se no futuro próximo:<br />

«O que significa, no plano das ideias, que o debate entre os sistemas de KARL MARX e ADAM<br />

SMITH — que animou o século XX — vai provavelmente ser substituído, durante o século XXI,<br />

pelo debate entre os Modelos de THOMAS HOBBES e JOHN LOCKE».<br />

Justamente àquele Clima ou Atmosfera, acabados de referir, de «<strong>Um</strong>a Desregulação Normativo-<br />

-Cultural, Moral e Institucional Civilizacional Global», que vivemos hoje, com a cumplicidade do<br />

referi-do «Relativismo Radical Anti-Normativo dito Pós-Moderno», se refere JOÃO CARLOS<br />

ESPADA, na sua crónica no Semanário Expresso de 14 de Fevereiro de 1998, sob a epígrafe De Marx a<br />

Nietzsche, quando escreve:<br />

«(...) Da certeza absoluta no ponto de vista operário (que o marxismo apontara como “o ponto de vista<br />

racional na actual época histórica”), a contracultura dos anos 60 passou a denunciar a alegada ilusão da<br />

racionalidade e passou a pregar a equivalência e arbitrariedade de todos os pontos de vista. A<br />

contracultura fez seu o slogan de NIETZSCHE: “Se Deus está morto, tudo é permitido”. Recordando as<br />

experiências radicais de São Francisco nos anos 60, NAOMI WOLF, a célebre feminista americana,<br />

escrevia recentemente que “a nossa cidade tornou difícil ter fé última nalgum sistema de crenças que<br />

faça exigências para além dos prazeres dos sentidos”. Esta é, regra geral, a ideologia hoje dominante<br />

nos órgãos de comunicação de massas, sobretudo na televisão.<br />

Tanto quanto é hoje possível observar, a contracultura dos anos 60 parece ter operado a transição, ou<br />

talvez a simbiose, entre MARX e NIETZSCHE. No plano estritamente lógico, essa simbiose seria<br />

impossível. Mas as coisas passam-se na vida real com um flagrante desrespeito pela lógica (facto que<br />

talvez agradasse a NIETZSCHE, mas não seguramente a MARX).<br />

200

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!