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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Até do ponto de vista dos costumes PLATÃO nos surge, inesperadamente, como precursor dos<br />

movimentos modernos que preconizam o feminismo, a “women’s lib”, a libertação sexual, a prática do<br />

nudismo, o aborto, etc. Ponto curioso seria o de indagar como se conciliariam, ontem como hoje, as<br />

concepções totalitárias da sociedade e do Estado com a libertação dos costumes».<br />

Noticiando, relatando e comentando a publicação portuguesa do <strong>livro</strong> de GIORGIO AGAMBEN, O<br />

Poder Soberano e a Vida Nua: Homo Sacer, Presença, 1998, JOAQUIM AFONSO, no Expresso-Cartaz<br />

de 25 de Julho de 1998, <strong>texto</strong> intitulado A vida incontrolável, explica como, na linha de FOUCAULT e<br />

de HANNAH ARENDT, o Totalitarismo (cujo paradigma é o Campo de Concentração), também para<br />

AGAMBEM, se encontra contido potencialmente na própria Modernidade, o que obriga a pensar «...a<br />

com-tiguidade entre democracia de massa e totalitarismo, entre política e polícia, e esclarecer em que<br />

ponto a biopolítica — o ideal de “dar forma à vida de um povo” — se transforma em tanatopolícia».<br />

Mas conclui:<br />

«O facto de as teses principais de Homo Sacer serem construídas de modo extremamente rigoroso não<br />

significa que elas se nos imponham em absoluto, e com elas um pessimismo radical em relação às<br />

hipóteses da democracia. Pelo contrário, fica em aberto a possibilidade de, para além de uma tradição da<br />

política baseada na Soberania e por conseguinte nos mecanismos de totalização/exclusão, irmos <strong>ao</strong><br />

encontro de outras tradições em que a comunidade não tem por base o Todo (o solo e o sangue, ou a<br />

nação), sintetizado na figura do Soberano ou do Déspota, mas a capacidade de Confiança (que, como<br />

diz EMERSON, supõe a Confiança em Si), de cada um dos seus membros, na vida como<br />

Experimentação. (...)» — os itálicos são nossos.<br />

Na recente obra de divulgação intitulada Ideias que mudaram o Mundo, de que é «Consultor» ROBERT<br />

STEWART, Círculo de Leitores, Junho de 1998, pág. 54, encontra-se um bom <strong>texto</strong> de síntese sobre o<br />

Totalitarismo (Estados dirigidos por uma Polícia do Pensamento), que não resistimos a transcrever:<br />

«O Totalitarismo é normalmente considerado um fenómeno Moderno, um sistema político <strong>completo</strong>,<br />

cujo melhor exemplo é constituído pela Alemanha sob o domínio Nazi, pela Itália e Espanha sob o<br />

domínio dos Fascistas e pela Rússia e China sob o domínio Comunista. A autoridade Total sobre cada<br />

cidadão tornou-se mais fácil de exercer numa era em que também os fenómenos políticos são de<br />

Massas.<br />

Cada regime totalitário consiste numa Ditadura em que, na prática, a aplicação das leis é suspensa e<br />

em que o departamento de Estado mais importante é a Polícia Secreta. Mas o Totalitarismo é mais do<br />

que uma Ditadura: apesar de os regimes totalitários exigirem obediência e de a imporem através do<br />

terror e da intimidação, aquilo que os distingue é o facto de estes ansiarem pela Unanimidade. O seu<br />

objectivo é penetrar as mentes dos cidadãos a ponto de Toda uma Nação se tornar Ideologicamente<br />

Una, eliminando qualquer possibilidade de discordância. Ao trazer Tudo para a esfera do Partido,<br />

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