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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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No con<strong>texto</strong> <strong>deste</strong> incómodo, mas hoje real, «fosso», «abismo» ou «barreira», que se estabeleceu na<br />

«antinomia» — ou, talvez melhor: «Clivagem»... —, geracional e social, que aí está instalada, entre<br />

«Nós-Jovens/Eles-Adultos» ⎯ [e a maior parte das vezes existente só como «conteúdo latente», ou<br />

«clivagem» estrutural subjacente e implícita, mais do que como «conteúdo manifesto» (utilizando<br />

aqui e agora, linguagem psicanalítico/freudiana...) e aflorando, também muitas vezes, essa «clivagem»,<br />

à superfície, a partir do próprio (quase sempre, não-óbvio, ou não-visível, mas sempre implícito e<br />

latente...) posicionamento «estrutural-sistémico intra-familiar» subjacente, que os jovens, porventura,<br />

«inconscien-temente», exponenciam, ou radicalizam..., como uma forma de «auto-afirmação»...] ⎯<br />

há, por um lado, aqueles jovens-adultos, aí pela faixa dos trinta ou trinta e poucos anos, que, só<br />

porque tiveram o privilégio de cedo acederem a lugares de liderança, política ou outra, andam sempre<br />

«de dedo no ar», compondo uma ridícula e inadequada imagem exterior séria, grave e pesada, no<br />

modo como se vestem e como se comportam, e assumindo sistematicamente poses «doutorais» ou<br />

«professorais» no discurso, que sempre começa por dizer: «No meu tempo isto era assim ou assim...<br />

» (!), como se tivessem assim tanta idade (!), porque precisam imperiosamente de «parecer» mais<br />

velhos e «autorizados» do que realmente são: a pessoa que especialmente temos em vista, como<br />

paradigmática do que acabamos de dizer, mas que não vamos aqui nomear (para que não pareça que se<br />

trata aqui de um argumento ad hominem !), é uma figura política pública suficientemente conhecida do<br />

nosso país, que aparece (ou aparecia...), sistematicamente, nos telejornais a «dar lições», supostamente<br />

«autorizadas», de moral e de boa política, só porque tem o privilégio de ser um jovem líder partidário<br />

e de de ter fácil acesso <strong>ao</strong>s media, e que, quenquer suficientemente perspicaz, saberá facilmente<br />

identificar.<br />

Algo de parecido com isto e já mais vulgar e mais facilmente identificável é, também, o caso da<br />

irritante e into<strong>ler</strong>ável «arrogância doutoral» de certos jovens, já adultos ou quase-adultos, que julgam<br />

que o seu recente «saber», profissional ou outro, é soberano, absoluto e definitivo e «esmaga», por<br />

<strong>completo</strong>, a porventura menos «segura» e mais «prudencial», ou mais «hesitante», mas certamente<br />

também mais «ponderada» e «experienciada», «sabedoria existencial» dos mais velhos; é também,<br />

claramente, aquela atitude existencial típica de certos jovens, muito comummente adolescentes, ou<br />

pouco mais, que julgam já «saber tudo», de um modo definitivo, seguro e absoluto, mas também<br />

cândidamente naïf, àcerca da vida e do mundo, demonstrando frequentemente, não só uma atrevida<br />

audácia (além da, já entediantemente por muitos complacentemente elogiada, muito própria<br />

irreverência), por vezes surpreendente, mas também uma grande impaciência e into<strong>ler</strong>ância juvenis<br />

a respeito (dos tempos, ritmos, estilos, modos-de-ser-e-de-ver, atitudes morais, etc.) dos «mais velhos»<br />

(que, por sua vez, não lhes entendem os gostos, as modas, os ídolos, as músicas, a cultura e a linguagem<br />

codificadas, etc.), porque se julgam também, aqueles jovens, logo num plano vital, definitivamente<br />

«invulneráveis» e quiçá mesmo até «imortais» — sendo esta última, aliás, deve reconhecer-se,<br />

porventura uma característica existencial e psicológica típica de todas as juven-tudes de todas as<br />

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