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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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γ) – De MÁRIO MESQUITA, Pluralidade Normativa e Responsabilidade Individual;<br />

δ) – De JOÃO CARLOS ESPADA, Liberdade e Responsabilidade Pessoal;<br />

ε) – E de JANET GUYON, O Fortalecimento da Responsabilidade Individual numa Sociedade Li-vre.<br />

A este propósito, não resistimos a transcrever, pelo menos — já que, para o eventual leitor do presente<br />

Livro, só o «confronto directo» com os <strong>texto</strong>s acabados de referir, o poderá elucidar<br />

convenientemente... —, a seguinte passagem do <strong>texto</strong>, acima referido, de JOÃO CARLOS ESPADA,<br />

que, com a sua insistente contraposição entre o que ele chama, muito pertinentemente, de «gratificação<br />

instantânea» e de «gratifi-cação diferida», em muito ilumina certos aspectos do «tempo» que<br />

atravessamos e do «ambiente intelec-tual» e «psico-sociológico» com o qual (e «no qual»...) somos<br />

obrigados a «conviver» ...<br />

Diz, designadamente, o referido Autor:<br />

«(...) O que hoje se passa é que, em nome da liberdade do indivíduo, se ataca valores que não foram<br />

criados nem impostos por ninguém; são valores que, simplesmente, emergiram, <strong>ao</strong> longo de gerações,<br />

e que repousam numa sabedoria acumulada, descentralizada, pelas sociedades livres. Foi MARX —<br />

não a tradição liberal — quem disse que a família tinha de ser abolida, não foi a tradição liberal que<br />

disse que a família tinha de ser inventada. Foi NIETZSCHE quem disse que os preconceitos morais<br />

tinham de ser ultrapassados, não foi a tradição liberal que disse que os valores morais deviam ser<br />

inventados. Foram MARCUSE e WILLIAM REICH que proclamaram a supremacia da gratificação<br />

instantânea, não foi a tradição liberal que se propôs ensinar às famílias que estas deviam ensinar<br />

<strong>ao</strong>s filhos a atitude da gratificação diferida. As famílias ensinam isso espontâneamente. A tradição<br />

liberal, simplesmente reclama que deixem as pessoas em paz, que deixem as pessoas adoptar e<br />

manter os padrões de responsa-bilidade que elas, espontâneamente, procuram. Foi a tradição do<br />

radicalismo que impôs às pessoas os padrões que elas deviam seguir. (...)».<br />

E, um pouco mais adiante, ESPADA conclui:<br />

«(...) Que <strong>fazer</strong>, face a esta aspiração à supremacia absoluta da gratificação instantânea ? Em<br />

concreto, não sei. Mas, em geral, penso que é preciso dar voz a outras vozes, a vozes moderadas e<br />

plurais que reconhecem a existência <strong>deste</strong>s problemas e que não confundem sociedade livre com<br />

sociedade politi-camente correcta, ou com sociedade à deriva.<br />

É preciso retomar o diálogo de que nos falava EDMUND BURKE, o diálogo entre gerações, entre<br />

diferentes experiências e diferentes sabedorias. Mas, para isso, é preciso que haja vozes moderadas e<br />

não politicamente correctas, que queiram <strong>fazer</strong>-se ouvir» — os bold são todos nossos.<br />

B) — Daquela Pré-Concepção da Comunidade de Direito, como uma «Comunidade de<br />

Pessoas», decorre ainda, de um modo fundamental, o valor da «IGUALDADE» entre as<br />

«Pessoas», mas como Univer-salidade.<br />

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