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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Todavia, sempre referiremos que, segundo as nossas fontes, são ainda referenciáveis, como obras com<br />

nítido carácter Utópico, além das já referidas República, de PLATÃO, e Utopia, de THOMAS MOORE,<br />

as seguintes: A Cidade do Sol (1602), de CAMPANELLA; a Nova Atlântida (1627), de FRANCIS<br />

BACON; o Leviathan (1651), de THOMAS HOBBES; Oceana (1656), de JAMES HARRINGTON; as<br />

Aventuras de Telémaco (1699), de FÉNELON; As Viagens de Gulliver, de SWIFT; o Candide (1758),<br />

de VOLTAIRE; Arcádia (1781), de BERNARDIN DE SAINT-PIERRE; Voyage en Icarie (1839), de E.<br />

CABET; The Book of the New Moral World (1836), de R. OWEN; Novo Mundo Industrial e Societário<br />

(1829), de CH. FOURIER; Novo Cristianismo (1825), de SAINT-SIMON; Erehwon (anagrama de<br />

Nowhere = sítio nenhum), de SAMUEL BUTLER; Looking Backward, de EDWARD BELLAMY;<br />

News from Nowhere, de WILLIAM MORRIS; Espírito da Utopia (1918), de E. BLOCH; Brave New<br />

World, de ALDOUS HUXLEY; Nineteen Eighty-Four, de GEORGE ORWELL; etc.<br />

h) — E bem a propósito de tudo isto, vem o que, a respeito do «Sonho», escreve ANTÓNIO COIM-<br />

BRA DE MATOS, sob a epígrafe Sonho e Criatividade, no Nº. 19 (Fevereiro/2 000) da «Revista<br />

Portugue-sa de Psicanálise», designadamente, a págs. 6 e seguintes — que não resistimos em<br />

transcrever:<br />

«(...) No sonho predomina um funcionamento narcísico, de regulação/reposição da auto-estima; na<br />

actividade criativa, um funcionamento objectal, de relação com o objecto, o<br />

destinatário/destinatários da obra criada. Quando sonho escrever um <strong>livro</strong>, estou a projectar-me,<br />

engrandecido, no futuro. Enquanto escrevo esse mesmo <strong>livro</strong>, estou a relacionar-me com os<br />

imaginários leitores. Obra feita, o <strong>livro</strong> publica-do, o diálogo é óbvio, ainda que as mais das vezes não<br />

directo.<br />

Outro aspecto — concordante e complementar do anterior — é que o sonho é só meu; por isso, pode ser<br />

genuíno, não deformado. Se for contado é transformado, passando a ser uma criação para outrém, e<br />

desde logo introduzidas várias alterações <strong>ao</strong> sonho original. Sabemos bem, pela experiência da<br />

relação psicanalítica, que o sonho contado é uma criação e uma dádiva do analisando para e <strong>ao</strong> analista;<br />

e ainda, uma comunicação e uma interferência na mente <strong>deste</strong>.<br />

Destarte, a obra criada — portadora que é de uma intencionalidade — repercute no espectador: fá-lo<br />

sonhar. E quando a relação é harmoniosa e respondente, recíproca, o receptor, por sua vez, cria<br />

também. Assim se inicia o círculo virtuoso da criação, agora alimentada por duas ou mais pessoas; e se<br />

assegura, <strong>ao</strong> mesmo tempo, a sua expansão. É este o fenómeno da cultura viva — de criação em<br />

criação.<br />

Cria-se, originalmente, “no crepitar do silêncio” (como dissemos, há anos atrás), no ponto zero de<br />

realização e à nascença da inquietação; bem como na ausência do objecto (acrescentamos agora), na<br />

dor da solidão. Todavia, é a dois, na conjunção dos seres, que a criação toma fôlego e dispara em<br />

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