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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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intencionais ou uma hierarquia unitária de fins, sendo a sua ordem básica prevalecentemente uma<br />

ordem organizacional teleologicamente dirigida.<br />

Ponto é que, a este nível, seja mantido um qualquer grau de abertura para os outros níveis que se<br />

referirá a seguir, de forma a podermos ainda estar, de um qualquer modo, perante também Comunidades<br />

Abertas a nível Local.<br />

2º. Nível:<br />

a) — <strong>Um</strong> segundo nível social, situado no amplo espaço de abertura do todo social que é admidito pelo<br />

nosso holismo aberto, relativo, in<strong>completo</strong> ou parcial —, que é também hoje o nível estrutural mais<br />

aberto, alargado, extenso, diferenciado e complexo (tem a complexidade de um «sistema» ou «ordem<br />

de relações») e onde encontramos já os valores individualistas e modernos da autonomia e da<br />

independência individual (self-reliance), da liberdade concorrencial, da competitividade, do risco<br />

ponderado, do cálculo racional de custos/benefícios, da funcionalidade, do pragmatismo, da eficácia e<br />

da eficiência, da perícia e da técnica, do saber-<strong>fazer</strong> (know-how) e da produtividade, da optimização de<br />

resultados, etc. — corresponde <strong>ao</strong> nível horizontal da «realidade» económico-social, plural e<br />

dinâmica, do mercado e das trocas livres (da chamada catalaxia, ou jogo cataláctico, na terminologia<br />

de LUDWIG EDLER von MISES e de FRIEDRICH HAYEK) e que é o reino privilegiado da justiça<br />

comutativa, portanto, das relações propriamente económicas, bem como em geral de todas as relações<br />

sociais puramente horizontais da estrita reciprocidade ou comutatividade contratual entre sujeitos<br />

livres e iguais, os quais estão empenhados, em grande parte de um modo pacífico, embora<br />

competitivamente, em prosseguir milhares de milhões de diferentes finalidades da sua própria escolha,<br />

em colaboração indirecta com milhares de milhões de outros sujeitos que aqueles primeiros<br />

provavelmente nunca conhecerão.<br />

Neste nível predominará uma propriamente dita liberdade relacional positiva, que se exerce justamente<br />

no amplo espaço de abertura daquele nosso holismo que referimos atrás e que ainda pode ser entendida<br />

aqui, com propriedade, como uma liberdade liberal (portanto, não-participativa), bem como também<br />

uma liberdade de acção, como liberdade de realização.<br />

b) — Quanto <strong>ao</strong> tipo de Ordem: neste nível intermédio da «realidade» económico-social do mercado e<br />

das trocas livres, subsiste, sem qualquer margem para dúvidas, o que HAYEK chamou de Ordem<br />

Espontânea (Grown Order, Kosmos: palavra que, para os gregos antigos, antes mesmo de significar<br />

uma qualquer «Ordem Natural», já significava uma «Ordem de Liberdade, de Paz e de Justiça»),<br />

enquanto uma ordem relacional alargada, complexa, plural, aberta e de direito (por contraposição às<br />

ordens orga-nizadas, ou Taxis), que não é produto «querido», «construído» e «deliberado» de nenhuma<br />

mente individual soberana, nem foi «fundada» por ninguém ou nenhum «poder», de que ninguém<br />

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