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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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épocas, porquanto tem a ver com a, ainda não «desgastada» e ainda não «posta à prova» — pela<br />

«realidade da Vida...» —, segurança ontológica (ANTHONY GIDDENS) de um Self ainda jovem,<br />

pujante e pleno de vitalidade !!!<br />

Mas, por outro lado, há também aqueles, já verdadeiramente adultos, aí pela faixa dos quarenta ou<br />

cinquenta anos, ou por aí adiante, que têm um verdadeiro e psicológico horror fóbico a que possam ser<br />

considerados «já velhos», ou o medo de que possam vir a ser estigmatizados, pelos verdadeiros jovens,<br />

como pertencendo <strong>ao</strong> segundo termo daquela antinomia geracional e social acima referida, assumindo,<br />

então, uma atitude e um discurso demasiado compreensivos, ligeiros, fáceis, simpáticos, indulgentes<br />

e desculpabilizantes em relação <strong>ao</strong>s verdadeiros jovens de hoje (como se dizia no <strong>texto</strong> de VICENTE<br />

JORGE SILVA que vínhamos a transcrever), porque, dizem, ou pensam e sentem para si, que: « ...nós<br />

até também já fomos jovens, nós não esquecemos a nossa juventude, se calhar até ainda somos<br />

intrinsecamente jovens, mas, sobretudo, não queremos definitivamente ser “arrumados”na<br />

categoria odiosa dos já velhos» ! Estes últimos são os mesmos que, só porque, eventualmente, têm ou<br />

tiveram o privilégio e a sorte de ter um relativamente bom ou suficientemente satisfatório<br />

relacionamento com os seus filhos (honra lhes seja feita !), dizem, denegatória e peremptoriamente e<br />

com toda a arrogância nar-císica: «Não há isso de conflitos de gerações» !<br />

Ou ainda os que andam sempre a falar dos seus tempos de juventude, como se esta não tivesse, na<br />

realidade, definitivamente passado, que andam sempre a falar da memória nostálgica dos «bons<br />

tempos dos Anos 60», ou do seu passado mais ou menos revolucionário, m<strong>ao</strong>ísta, guevarista ou<br />

hippy; ou ainda aquelas senhoras, com não menos do que 50 anos, que ainda trajam com inocentes<br />

roupas dos «Anos 60» e ainda andam com ridículas e anacrónicas «trancinhas», como se ainda<br />

fossem umas «meninas de 20 anos» !<br />

Depois, paradoxalmente, neste con<strong>texto</strong> daquela antinomia geracional e social acima referida, hoje aí<br />

incomodamente instalada, tudo legitima um certo discurso da ruptura e do relativismo radical dos<br />

jovens de hoje, só porque os verdadeiros adultos não querem, afinal, assumir a sua verdadeira idade<br />

e a realidade de um incontornável «conflito (ou diferença !) de gerações» — diferença que,<br />

curiosamente, se faz agora sentir com intervalos etários cada vez mais curtos, aliás !<br />

Discurso que é o de dizerem, os verdadeiros jovens de hoje, ou ingrata e irresponsavelmente que:<br />

« ...nós não pedimos para nascer !!!» — mas qual é, afinal, a geração que tem verdadeira legitimidade<br />

moral, senão mesmo ontológica, para poder, alguma vez, dizer isto ?! Ou ainda, com toda a crueza e<br />

desfaçatez: «Nos dias de hoje, uma pessoa o que tem mesmo mais é que ser egoísta !». Ou então, por<br />

cima de um fundo de verdade, que: « ...a nossa geração curte uma mundividência abissalmente<br />

diferente da vossa (adultos)» — e não há, portanto, em definitivo, nenhumas pontes de comunicação,<br />

ou canais de comunicação, porque não há nenhum plano humano, cultural e social comum sobre o<br />

qual estabelecer o diálogo !<br />

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