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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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<strong>Um</strong>a perspectiva crítica sobre as múltiplas vertentes que envolve o problema da insegurança e da<br />

criminalidade, hoje, pode ver-se no interessante artigo de opinião de MARIA JOSÉ NOGUEIRA<br />

PINTO, intitulado A (im)pre-visível violência, no semanário Expresso de 12 de Outubro de 1996, pág.<br />

23.<br />

Ainda neste con<strong>texto</strong>, parece-nos inteiramente apropriado reproduzir aqui, à semelhança do que já<br />

fizemos noutros locais do presente trabalho, o que disse AL-MUSTAFA, no poema já referido de<br />

GIBRAN KHALIL GIBRAN, intitulado O Profeta, àcerca da Justiça — ou melhor: do «Crime e do<br />

Castigo»:<br />

«Então, um dos juízes da cidade acercou-se e disse:<br />

“Fala-nos do Crime e do Castigo”.<br />

E ele respondeu, dizendo:<br />

“É quando o vosso espírito vagueia sobre o vento.<br />

Que vós, sozinhos e desprevenidos, cometeis delitos contra os outros e, portanto, contra vós próprios.<br />

E pela remissão do mal cometido, devereis bater à porta dos eleitos e esperar algum tempo antes de<br />

serdes atendidos.<br />

Similar <strong>ao</strong> oceano é o vosso Eu-divino:<br />

Permanece sempre imaculado.<br />

E, como o éter, ele sustenta somente os alados.<br />

E similar também <strong>ao</strong> sol é o vosso Eu-divino:<br />

Desconhece os caminhos das tocas e evita o covil das serpentes.<br />

Mas o vosso Eu-divino não reside sozinho no vosso ser.<br />

Em vós, muito é ainda do homem, e muito não é ainda do homem.<br />

Mas apenas de um pigmeu informe que vagueia sonâmbulo nas brumas, à procura do seu próprio<br />

despertar.<br />

É do homem em vós que quero agora falar.<br />

Porque é ele, e não o vosso Eu-divino ou o pigmeu que vagueia nas brumas, quem conhece o crime e o<br />

castigo do crime.<br />

Constantemente vos tenho ouvido falar daquele que comete uma acção má como se não fosse dos<br />

vossos, mas um estrangeiro entre vós e um intruso no vosso mundo.<br />

Mas eu vos digo: Da mesma maneira que o santo e o justo não podem elever-se acima do que há de mais<br />

elevado em vós,<br />

Assim o perverso e o fraco não podem descer abaixo do que há de mais abaixo em vós.<br />

E da mesma forma que nehuma folha amarelece senão com o silencioso assentimento da árvore inteira,<br />

Assim o malfeitor não pode agir mal sem o secreto consentimento de todos vós.<br />

Como uma procissão, vós avançais, juntos, para o vosso Eu-divino.<br />

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