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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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ado, estruturado, consciente e autónomo da «realidade», activo e interactivo, afirmativo, analítico<br />

(das cartesianas «ideias claras e distintas»), conformador da realidade (tanto a externa, como a inter-<br />

na) em «objectividade», realista, relativizante, calculador, racionalizador, intelectual e, por isso, tam-<br />

bém voluntarista, utilitarista, económico, operatório, trabalhador, eficiente, técnico, pragmático e<br />

funcional e... que ocupa a maior parte da vida activa e «interessada» da pessoa.<br />

Chamar-se-lhe-á, por isso, também o nível específico da abertura à vivência ou da consciência,<br />

consoante se queira radicá-lo mais na «vida» ou na «razão intelectual» (ou logos); de todo o modo, é este<br />

o nível que manifesta as dimensões da vivência, consciência, autonomia, racionalidade, intelectividade e<br />

liberdade no mundo ou na realidade.<br />

c) — Finalmente, um terceiro nível constitui a esfera puramente humana da vida da pessoa e<br />

manifesta uma irrecusável dimensão moral e espiritual — e que é a de ela ser o centro de um mundo com<br />

valor e sentido próprios, o qual consiste em substractos de valores independentes, sejam eles o próximo, as<br />

sociedades, os factos culturais, civilizacionais, históricos e religiosos, as exigências culturais e ideais, etc..<br />

A afirmação pelo homem, na sua actividade e no seu ser, tanto do seu significado próprio e intrín-<br />

seco, como das significações objectivas do mundo no seu conteúdo próprio, esta assimilação ou<br />

incorporação «fisionómica» de valores e sentidos, é designada pela teoria psicológica personalista como<br />

«Introcepção», i. é, a actividade que dá direcção e forma a toda a vida verdadeiramente humana —<br />

sendo que a forma unitária e significante da vida, para que tende a «Introcepção», é propriamente a «Per-<br />

sonalidade».<br />

O «Mundo» próprio <strong>deste</strong> nível superior — que é a esfera da Pessoa Moral e da Pessoa Espiritual<br />

— é o «Mundo Cultural dos Valores»: o que FREUD chamou o Super-Eu Cultural (Kultur-Überich); ou<br />

o que POPPER, na sua «Teoria dos Três Mundos», designou por Mundo 3; ou o que FRIEDRICH A.<br />

HAYEK designou por Métaconsciente Cultural e Civilizacional; ou, finalmente, o que HEGEL havia já<br />

chamado de: o «Espírito Objectivo».<br />

Todavia — para além de que, em qualquer <strong>deste</strong>s três níveis analisados, o «Mundo» nunca é o mun-<br />

do da historiografia, das ciências exactas, da cosmologia, etc., mas estritamente um «Mundo Pessoal» —,<br />

este Mundo Cultural dos Valores, não obstante a sua específica objectividade civilizacional própria, não<br />

subsiste completamente em si e por si próprio, absoluta e ontologicamente indisponível, abstractamente<br />

separado e totalmente autónomo, sem uma qualquer mediação relacional constitutiva transcendens e<br />

subjectiva, ou intersubjectiva, da pessoa e das várias pessoas — sem a tarefa da Introcepção, portanto —,<br />

no âmbito de uma partilhada Consciência Cultural e Normativa Comum e enquanto seu verdadeiro su-<br />

porte ontológico, que possibilita a existência de uma intersubjectiva Consciência Jurídica Geral e de uma<br />

generalizada e social Opinião Pública Democrática.<br />

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