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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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estado como pano de fundo verdadeiro de tudo o mais), em princípio e na origem, nada tenham a ver,<br />

afinal, com uma conduta de relevo propriamente político.<br />

O que leva já muitos a perguntarem-se — por entre o pandemónio político que se vive nos E.U.A. e a<br />

expectativa do que se seguirá no dia seguinte, podendo-se ir, inclusivamente, até <strong>ao</strong> impeachment do<br />

Presidente, a pouco tempo de vista de novas eleições — sobre o que resta, como património cultural credível<br />

e respeitável da civilização norte-americana e das suas (até agora) veneráveis instituições (inclusive, levando<br />

em conta o seu sistema político de matriz essencialmente presidencialista), para além da «imagem»<br />

histórica dos Founding Fathers e das suas centenárias Constituição e Declaração de Direitos ???<br />

Verdade seja dita que, como muito bem o fez notar, entre outros, o ex-Presidente português<br />

Dr. MÁRIO SOARES, o próprio visado Presidente norte-americano não esteve à altura dos factos e ele<br />

próprio perdeu toda a sua dignidade, <strong>ao</strong> não saber impor um «travão» a todo o processo e <strong>ao</strong> não impor<br />

o respeito pelos seus próprios «direitos pessoais», concedendo a «vinda a terreno», com a coenvolvente<br />

cumplicidade e o comprensível legítimo apoio da sua própria esposa, com desnecessárias e algo masoquistas<br />

«auto-humilhações» e «pedidos de desculpa» públicos, numa estratégia pessoal que, através de algumas<br />

«lágrimas de crocodilo», visava captar, ou não perder, através dos mesmos media, o capital de uma certa<br />

simpatia popular e de um certo apoio político generalizado, com os quais vinha contabilizando um certo<br />

«crédito».<br />

O que, porventura, cremos que nunca aconteceria na Europa !<br />

Por isso, como pergunta JOSÉ RIBEIRO E CASTRO, no seu artigo de opinião intitulado<br />

Clintonmania ou os “paparazzi” de Starr, no jornal Público de 20 de Setembro de 1998 (pág. 15):<br />

«(...) A matéria de que se faz em exclusivo este caso, assim explicitamente descrita e exposta, com<br />

toda a pimenta, gindungo e piripiri, só consente uma pergunta fundamental: se isto não é intimidade da vida<br />

privada, que todos têm o direito de manter sob absoluta reserva, então o que é que é a intimidade da vida<br />

privada ?».<br />

E cabe também perguntar quão distantes estamos nós, afinal, da «anunciada praga desta era», nas<br />

palavras <strong>deste</strong> último articulista, que seria o Universo Totalitário profetizado já por GEORGE ORW-<br />

ELL, em 1984: «Big Brother is watching you» ???<br />

Afinal, parece, o «Big Brother» está e aparece por todo o lado !<br />

Não obstante tudo o que acabamos de dizer, não queremos deixar de referir, do modo o mais<br />

enfaticamente elogioso possível, a posição comum, assumida em documento conjunto subscrito por um<br />

significativo número de órgãos da comunicação social portuguesa (televisões, rádios, jornais), documento<br />

esse que foi publicitado a 22/09/98 e cuja intenção expressa era a da recusa premptória de continuação da<br />

transmissão, edição ou publicitação de mais qualquer material informativo, e/ou noticioso, que prosseguisse<br />

na linha de pública humilhação pessoal e de devassa gratuita da intimidade privada da figura do Presidente<br />

norte-americano, tal como vinha acontecendo por iniciativa e patrocínio dos próprios órgãos políticos e<br />

judiciais norte-americanos de cúpula — o que, deve dizer-se, bem pode ser um primeiro excelente<br />

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