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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Não obstante, ela é, para nós, um verdadeiro Princípio Cósmico, o próprio Princípio Constitutivo do<br />

Real, identificada aqui com o Livre Jogo do Ser, tanto do ser do homem, como do ser do mundo, como<br />

ainda da livre «relação» entre ambos, por forma a que a própria história da universalidade do Ser, que<br />

se desenvolve intrinsecamente a partir de um qualquer Princípio Absoluto e por si mesma, é pois a<br />

história da própria Liberdade, no sentido designadamente de um indeterminismo universal, que é<br />

defendido, por exemplo, por um KARL POPPER, em El universo abierto: un argumento en favor del<br />

indeterminismo, Editorial Tecnos, S.A., Madrid, 1984.<br />

Por isso, a respeito do Ser Humano, partimos originariamente, radicalmente, da sua Liberdade Onto-<br />

lógica, essencialmente constitutiva do seu Ser, como a possibilidade da revelação, desvelamento, deso-<br />

cultação e manifestação do Ser no e pelo homem e do ser do homem-no-mundo: ou seja, como radical<br />

abertura do homem <strong>ao</strong> Ser, à Verdade e à Transcendência — o que, segundo MARTIN HEIDEGGER, se<br />

identifica com a própria «Essência da Verdade», no sentido originário de Alethéia (= Revelação).<br />

Como ele o disse:<br />

«O homem não “possui” a liberdade como propriedade sua, mas precisamente o contrário é que é<br />

verdadeiro: a liberdade, o ser-aí existente e revelante, possui o homem e possui-o tão originariamente que<br />

só ela permite a uma humanidade entrar nessa relação com um ente como tal na sua totalidade, em que<br />

se funda e traça toda a sua história» — Da essência da Verdade, apud GIANNI VATTIMO, Introdução a<br />

Heidegger, 1971, Edições 70, Lisboa, 1989.<br />

Ou então, na Tradução por CARLOS MORUJÃO — Cfr. MARTIN HEIDEGGER, Sobre a Essência<br />

da Verdade, edição bilingue e tradução portuguesa citada na Bibliografia Anexa:<br />

«(...) Mas se o ser-aí ek-sistente, como deixar-ser os entes, liberta o homem para a sua liberdade, na<br />

medida em que só ele lhe oferece a possibilidade (entes) de escolha e lhe impõe algo de necessário (entes),<br />

então, não é o capricho humano que dispõe da liberdade. O homem não “possui” a liberdade como<br />

propriedade sua, mas, acima de tudo, trata-se do inverso: a liberdade, o ser-aí ek-sistente e desocul-<br />

tante, possui o homem e isto de forma tão originária que só ela concede à humanidade a referência<br />

peculiar <strong>ao</strong> ente no seu todo e enquanto tal, que fundamenta toda a história. Só o homem ek-sistente é<br />

histórico. A “natureza” não tem história. (...)».<br />

Sentido este em que a Atitude Existencial Autêntica, Libertadora ou Liberal, do «Pôr em Liberda-<br />

de», se traduz essencialmente em: «Deixar Ser o Ser (o Meu e o dos Outros Entes) Aquilo que Ele verda-<br />

deiramente “É” ... ⎯ e Tal como Ele Originariamente Se Dá».<br />

Sendo certo, como o diz ainda HEIDEGGER (cfr. último local citado, pág. 36), que:<br />

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