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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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15 - A «Utopia Normativa Aberta» como «Metapolítica»<br />

e como «Política do Direito».<br />

a) — E é também a nossa — no pressuposto daquela atrás referida «Utopia Normativa Aberta», ou<br />

Utopia Positiva — uma perspectiva de Política do Direito (mas não no sentido da «política do direito<br />

científica», que significa no âmbito do pensamento jurídico o que a tentativa de «cientifização da política»<br />

— submissão da política a um modelo científico-tecnocrático — significa para o pensamento prático-<br />

político em geral e que recupera afinal a pretensão já de COMTE e de BENTHAM de um direito-legislação<br />

elaborado científico-empiricamente, que implicaria um «não cognitivismo axiológico» e uma «engenharia<br />

social» aplicada <strong>ao</strong> Direito: MARIA BORUCKA-ARCTOWA, A. ROSS, G. GAVAZZI, etc.), que<br />

incorpora a proposta constitucional e política de FRIEDRICH A. HAYEK do modelo da DEMARQUIA,<br />

que institucionalizaria um autêntico Estado-de-Direito e uma correcta e mais coerente interpretação do<br />

princípio da separação dos poderes, com uma mais nítida e clara separação do legislativo e do executivo e<br />

a constituição de <strong>Um</strong>a 2ª. Câmara exclusivamente Legislativa, supr<strong>ao</strong>rdenada <strong>ao</strong> Executivo — pois não se<br />

compreende, <strong>deste</strong> ponto de vista, a existência de um Órgão Constitucional (como os actuais Governos<br />

Constitucionais, em Portugal e também noutros países) que detenha simultâneamente Poderes Legislati-<br />

vos e Poderes Executivos.<br />

Já que o que temos actualmente em Portugal é um mero Estado-de-Partidos, ou uma Partidocracia, já<br />

reconhecida por muitos lados (Cfr., por exemplo, ANTÓNIO DE ARAÚJO, A Revisão Constitucional de<br />

1997—<strong>Um</strong> ensaio de história político-constitucional, Coimbra Editora, Ldª., 1999, passim), que é uma<br />

forma de Tribalismo, pois os «Partidos» (ou as «Facções») se comportam e se digladiam como verdadeiras<br />

«Tribos Políticas», de que são típicos o facciosismo, a parcialidade e o sectarismo, numa guerrilha<br />

política quotidiana a propósito dos assuntos mais anódinos, em vez de se «concertarem» em consensos<br />

sobre as verdadeiras grandes questões nacionais: ou seja, um sistema político em que toda a<br />

incomensurável soberania comunitária tende a ser confiscada e monopolizada (ou «Oligopolizada»),<br />

unilateralmente, pelos «Partidos Políticos» e respectivos Aparelhos Burocráticos e Oligárquicos.<br />

Também se pode dizer que o Regime Político que actualmente temos, em Portugal, na «realidade dos<br />

factos», é uma verdadeira «Oligarquia Partidária» — sendo certo que muitos ainda confundem «Oligar-<br />

quia», ou o Regime «de Alguns Poucos», com propriamente «Aristocracia», ou o Regime «dos Melhores»<br />

— ou seja, temos, como muito bem o diz o insuspeito analista político JOAQUIM AGUIAR, um «Regime<br />

de Chefes»: cfr. o seu <strong>texto</strong> intitulado As dificuldades da alternância no Poder, pág. 22 do Caderno<br />

Principal do Semanário Expresso, de 24 de Julho de 1999.<br />

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