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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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O que é, na maior parte dos casos, afinal, «<strong>Um</strong> Feliz Achado»<br />

!!!<br />

Ou um «Dom/Dádiva» do «Acaso», ou da «Sorte», ou, quiçá..., uma «Dádiva de Deus» !!!<br />

Contra todos aqueles que, numa Visão Idealizada da Família, proclamando bem alto que «a Família é<br />

a Célula Básica da Sociedade» (e deve continuar a sê-lo, sobretudo no plano Afectivo, Moral,<br />

Educacio-nal e Cultural !), ou que é «um dos Pilares Fundamentais da Sociedade», onde «Só há<br />

Amor e Afectivida-de» (o que só será verdade se assim o continuarmos<br />

a «Querer»,<br />

e sem negarmos o<br />

facto indesmentível, salientado por BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS, de que a Família é, ou<br />

«Deve-Ser», o local por excelência da Maximização da Afectividade...) —, nós queremos aqui<br />

sobretudo evidenciar, realisticamen-te, que, pelo menos a «Nossa» Experência Contemporânea da<br />

Família Moderna, assenta, sobretudo, em uma deliberada e reflectida «Vontade» permanente e<br />

duradoura, por parte de cada um, de, com empenho, constante e sistematicamente, Pôr<br />

Algo «em<br />

Comum», de Partilhar (vivências, sentimentos, afectos, ideias, valores, experiências, projectos, etc., e,<br />

não menos, mesmo trabalho...), de Conviver ou, simplesmente, de ...: Dar<br />

e Receber...<br />

O que quer dizer que, contra todas as Visões «Idílicas» da «Família» que muitos propagandeiam (por<br />

exemplo, na Visão Católica), para «Nós», pelo menos, reconhecemos que a «Vida em Família» não é,<br />

sem mais — regra geral, para usar uma linguagem mais comum e ..., como «Alguém», que nos é Muito<br />

«Próximo», nos disse muito oportuna e pertinentemente: «Nenhuma Pêra Dôce» !!!<br />

Por vezes mesmo, passe a Crueza, é até o Locus onde se sofrem as Maiores (porque Mais Profundas)<br />

Incompreensões e onde pode acontecer que as Pessoas Mais se «Desconheçam» !<br />

Ou onde, por elas estarem Mais «Próximas» <strong>Um</strong>as das Outras, ou serem Mais «Íntimas», também,<br />

Mais Fàcilmente<br />

Se Magoam...<br />

até mesmo Sem o «Quererem» ..., ou Sem o «Saberem» !!!<br />

A Família exige, frequentemente, sobretudo <strong>ao</strong> longo do tempo — e porventura tirando partido dos<br />

efeitos (sobretudo os positivos, regeneradores e lenitivos, em relação às «feridas narcísicas») que o<br />

próprio tempo produz —, transigências, renúncias, compromissos, compreensões, concessões,<br />

habilidade, pru-dência, muita diplomacia, auto-análise constante e muito<br />

tacto,<br />

nem sempre fáceis<br />

para perfis pessoais de cunho mais individualista e definitivamente incompatíveis com personalidades<br />

mais egoístas ou egocêntri-cas !<br />

Exige a Compossibilidade de Co-existirem, lado a lado — por vezes cruzando-se, mas sem se<br />

esmagarem reciprocamente... —, «Espaços Individuais», com <strong>Um</strong> «Espaço Comum», bem como um<br />

sistemático Esforço e uma deliberada e permanentemente renovada e empenhada «Vontade»<br />

Consciente e Duradoura de «Pôr Algo Em Comum», de Comunicar, de Dialogar e de Partilhar: de,<br />

pelo menos, tanto<br />

Dar,<br />

quanto Receber...<br />

É talvez um (senão «O») exemplo paradigmático onde se revelam a «Verdade» tanto da Perspectiva<br />

Clássica sobre a origem da sociedade, em que haveria no homem «uma disposição natural e inata<br />

para a sociabilidade» (ARISTÓTELES, SÃO TOMÁS DE AQUINO, etc), como da Perspectiva<br />

Moderno- -Contratualista (HOBBES, LOCKE, ROUSSEAU), segundo a qual a sociedade<br />

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