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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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Quanto a nós, do lado Realista e Crítico do nosso «Optimismo Relativo», retiramos o que o<br />

Deputado do P.S.D., PACHECO PEREIRA, há algum tempo, num programa radiofónico semanal da<br />

T.S.F., dizia ser o seu Pessimismo da Inteligência.<br />

Com efeito, <strong>ao</strong> Optimismo Eufórico e Inflaccionado da Esquerda Política, contrapunha ele um<br />

Pessimismo da Inteligência e um Optimismo da Vontade.<br />

Nós preferiríamos dizer, talvez, um Realismo da<br />

Inteligência.<br />

Pois, trata-se, com efeito, de combinar Realismo e Idealismo de <strong>Um</strong>a Forma «Óptima»: por um la-<br />

do, não podemos Desconhecer a Realidade (pela Inteligência); mas, por outro, não podemos Deixar de<br />

(<strong>ao</strong> menos...) Tentar Realizar (pela Vontade) os Valores Ideais e os Imperativos Éticos que se apresentam<br />

à nossa Consciência Moral.<br />

Na verdade, contra o Optimismo Filosófico<br />

Absoluto<br />

de um LEIBNIZ (segundo o qual o mundo<br />

actualmente existente é o melhor dos mundos possíveis), de um ESPINOZA (segundo o qual as coisas são<br />

dotadas da perfeição máxima porque deduzidas necessariamente de uma natureza perfeitíssima: Deus), de<br />

um MALEBRANCHE (segundo o qual o mundo actual reflecte no mais alto grau os atributos divinos e<br />

constitui a sua maior coroa de glória) e sobretudo do positivismo de um HEGEL (para quem «todo o real é<br />

racional e todo o racional é real»), nós não iludimos a realidade existente do mal no mundo e no homem e<br />

as suas limitações e imperfeições, embora susceptíveis de contínuo aperfeiçoamento pelo esforço humano.<br />

Nós não vivemos no «melhor dos mundos possíveis» !<br />

Nem, contra HEGEL, Todo o Racional é Real, nem Todo o Real é Racional !<br />

Em relação à Pessoa Humana, subscrevemos até o Realismo (Pessimismo ?) de inspiração hobbesia-<br />

na do filósofo político liberal e pós-moderno britânico JOHN GRAY (cfr. as suas obras referidas na<br />

bibliografia anexa), que concebe a Pessoa de uma forma Individualista (como nós, de resto...), como um<br />

agente autónomo, dotado de crenças, desejos, objectivos e projectos, com a disposição inerente para<br />

prevalecer sobre os outros em con<strong>texto</strong>s de escassez material ou moral, com suficientes razões para ser<br />

prudente na estrita medida em que tal é ditado pelos seus objectivos, com a também inerente disposição<br />

para afirmar os seus poder e liberdade no mundo e de que estão ausentes quaisquer vínculos comunais<br />

ou ideais sociais, pois que não é um Self radicalmente situado que pertença em exclusivo a uma única<br />

comunidade.<br />

Vamos até mais longe: podemos, decerto, ter uma «Presunção» apenas Relativa da «Bondade<br />

Natural» do «Ser Humano» e até da sua Liberdade; mas são tais e tão abundantes as Evidências do Mal<br />

de que Ele também é Capaz, da Maldade, da Perversidade, do Egoísmo, do Egocentrismo, da Inveja e<br />

da Cobiça, do Ódio, da Corrupção e das Velhacarias a que se entrega tão facilmente, que não podemos<br />

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