20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

«To<strong>ler</strong>ância do Velho Estilo», esta consistindo já em positiva «aceitação», «reciprocidade» e mesmo em<br />

«receptivida-de», «acolhimento» e até «psicológica concavidade».<br />

E que:<br />

«<strong>Um</strong>a cultura comum — mesmo que seja definida subtilmente em termos das práticas e das virtudes<br />

que sustentam e possibilitam uma sociedade civil liberal — é essencial se não queremos cair no c<strong>ao</strong>s de<br />

estilo americano; e mesmo uma tal atenuada cultura comum será renovada através das gerações, nem que<br />

seja apenas por um sentido partilhado de história e de nacionalidade».<br />

Isto porque o ideal e a prática da to<strong>ler</strong>ância supõem uma verdade profunda suprimida pelo radicalis-<br />

mo iluminista que domina o pensamento político de hoje: que a Liberdade pressupõe a Paz.<br />

Todavia, sobre as diferenças entre a «To<strong>ler</strong>ância» (como, dita, «Virtude»...), o pleno e integral «Re-<br />

conhecimento» (de inspiração hegeliana...) e o «sentido cristão» originário do «Amor/Bondade Miseri-<br />

cordiosa» («Ágape»), veja-se o que já dissemos, mais atrás, neste mesmo Capítulo III, Ponto 7., alínea c),<br />

in fine, logo antes da alínea d).<br />

Também contrariando a «moda» do «Multiculturalismo», pode <strong>ler</strong>-se, de ROBERTO CARNEIRO,<br />

no seu <strong>texto</strong> intitulado «Choque de Culturas ou Hibridação Cultural ?», págs. 43 a 52 da revista «NOVA<br />

CI-DADANIA», nº. 2, do Outono de 1999, o seguinte:<br />

«(...) O progresso humano demanda âncoras axiológicas de referência, sem as quais ele não tem<br />

possibilidade de se direccionar, nem de adquirir sentido.<br />

Em consequência, os objectivos de governabilidade de um planeta intercultural colocam o desafio da<br />

evolução de formas simplistas e dicotómicas de conhecimento ocidental para gnoses inspiradas em<br />

hermenêuticas globais, mediante as quais seja viável escutar um mundo que fala a várias vozes.<br />

Só assim, se compreende como o desafio da governabilidade planetária é indissociável de uma<br />

ética global que a todos comprometa, sem excepção e com igual afinco. Ao positivismo fragmentário de um<br />

modo de conhecer e de buscar compreensão, suceder-se-à uma sabedoria holística, que integra matéria e<br />

espírito, ocidente e oriente, norte e sul, latitude e longitude, passado e futuro, ciência e mito, razão e<br />

mistério, natureza e humanidade, no empreendimento perene que é a busca de sentido e a prescrutação da<br />

dimensão cósmica dos nossos actos. A busca de valores comuns, que subjazem à generalidade das matrizes<br />

culturais, é o caminho indeclinável do verdadeiro diálogo intercultural. Não é uma utopia; antes, uma<br />

certeza de rumo, marcada pela esperança de uma humanidade que, num momento dramático da sua história<br />

colectiva, foi capaz de cerzir uma Declaração Universal dos Direitos do Homem, que permanece como<br />

activo dos povos. (...)».<br />

E conclui assim:<br />

«(...) Com efeito, a erecção de uma cultura de direitos humanos é indivisível do respeito por toda a<br />

trama da variedade humana. O novo amanhecer do milénio oferece-nos a oportunidade de voltar a sonhar<br />

uma humanidade em concórdia e reconciliada com a fantástica diversidade que no seu seio acolhe.<br />

A alternativa está proposta.<br />

470

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!