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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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poeta latino (194--159 a. C.). Começamos — finalmente — a ser sensíveis <strong>ao</strong>s que eram excluídos<br />

como estranhos (= “bárbaros”). Confirma-se pois a análise que fazemos. Não foram os outros<br />

que se aproximaram, foi a nossa perspectiva que se tornou mais abrangente. Abre-se a consciência:<br />

amplia-se o mundo.<br />

Aliás este exemplo sugere de pronto um terceiro. É fácil sentir preocupação por quem vive num canto<br />

(remoto) da selva amazónica; mas é difícil mostrar sensibilidade por quantos vegetam e de degradam<br />

nos recantos (próximos) da “selva” das nossas urbes e sub-urbes. A falta de sentido de justiça —<br />

também social — fecha o sujeito e a sociedade nas suas rotinas e comodismos.<br />

Para quem o quiser ver: os (nossos) “sub-mundos” são efeito de atrofias conscienciais, e estruturais. Se<br />

as consciências se autizam, fechando-se em limitadas visões acríticas, que mais podem elas “constituir”<br />

senão sub-mundos ? A des-humanidade não vem só das condições objectivas: vem sobretudo da<br />

consciência que as aceita (ou ignora).<br />

Estes exemplos iluminam, e confirmam, a pertinência e fecundidade do princípio que nos guiou na<br />

procura acerca do(s) nosso)(s) mundo(s). Princípio a que poderíamos chamar de “razão insuficiente”:<br />

carência-interdependência-consciência.<br />

Foi aliás nele que se fundamentou a distinção acima entre mundo (minimamente) humano e mundo<br />

meramente ecológico. O sentido de “comunidade” com a biosfera, a atmosfera, e outras “esferas”<br />

igualmente ameaça-das — não cabe equipará-lo <strong>ao</strong> sentido de comunidade (que deve haver) com as<br />

pessoas e grupos da humanidade. Por muito importante que seja aquele, é diferente a amplitude e a<br />

profundidade da consciência num caso e no outro.<br />

Os nossos mundos são função do que for a nossa consciência». — os itálicos e os bold são tanto do<br />

autor como nossos.<br />

Falando também de uma Ètica Global, que parte de três pressupostos: a explosão tecnológica da<br />

comunicação, a globalização do funcionamento do mercado e a globalização dos bens colectivos<br />

naturais (terra, água, oceanos = Ecologia Global), veja-se o <strong>texto</strong> de MARIA DE LOURDES<br />

PINTASILGO, na revista Visão, nº. 293, de 29 de Outubro a 4 de Novembro de 1998, pág. 130,<br />

intitulado: Para uma Ética Global, que conclui assim:<br />

«(...) De que lugar é então possível falar de Ética Global ? Do lugar onde se enunciam as grandes<br />

questões da globalização, do seu estudo e conhecimento, do esforço aturado para encontrar soluções, da<br />

capacidade de imaginar novos conceitos e novas práticas. E igualmente do lugar onde os valores,<br />

ideais, objectivos, se abrem, pela alquimia entre “competência e compaixão”, no cuidado do outro».<br />

l) — Finalmente, queremos considerar neste parágrafo que, relativamente à afirmação não verda-deira<br />

de que o Liberalismo Clássico é um Dogmatismo do «Não-Intervencionismo Estatal» e de uma<br />

Liberdade Sem Regras e Selvagem, pode ter-se em consideração esta seguinte passagem de The<br />

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