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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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É o ponto onde a arrogância e o auto-convencimento chegam <strong>ao</strong> limite !<br />

Por isso, quando personalidades de relêvo e de inquestionável credibilidade moral e cultural da nossa<br />

comunidade se têm pronunciado sobre o assunto, num sentido crítico, isso é entendido por aquele<br />

entrevistado que, naquela entrevista, se enquista na posição do «animal acossado», como sendo essas, afi-<br />

nal, pessoas que falam... do que não sabem !<br />

É bom de ver que, para aquele profissional de televisão e para a estação que representa, a lógica última<br />

é simples e linear: o que interessa é o objectivo comercial da conquista de audiências e, para esse fim,<br />

não há que olhar a meios — mesmo quando os programas anunciados visem, para disfarçar, proclamados<br />

«objectivos humanitários» ou a promoção da já tão desgastada «solidariedade» !<br />

Referindo-se especificamente à Estação de Televisão Portuguesa que dá pela sigla abreviada de<br />

SIC, JOSÉ CARLOS DE VASCONCELOS, no seu Comentário, intitulado O poder da televisão e os<br />

políticos, de pág. 32 do nº. 241, de 30 de Outubro a 5 de Novembro de 1997, da revista Visão, e a propósito<br />

de um polémico documentário francês do canal ARTE, especialmente sobre aquela estação televisiva<br />

portuguesa, diz, entre outras coisas, o seguinte:<br />

«(...) No caso da SIC, campeã do share, com vários excelentes profissionais e alguns bons programas,<br />

sobretudo a horas impróprias, o espantoso é a extensão do fenómeno (a que mais atrás se referira de<br />

«...certas concessões <strong>ao</strong> vulgar e <strong>ao</strong> popularucho»); espantoso e preocupante, por indicário de uma situação<br />

do País, que só contribui para agravar e potenciar nos seus aspectos mais negativos.<br />

De facto, são recorrentes os programas não só de mau gosto e qualidade deplorável, como até<br />

violadores de princípios fundamentais e da dignidade das pessoas. Atingindo, por vezes, extremos difíceis<br />

de imaginar: já não se trata, metaforicamente, de <strong>fazer</strong> as pesoas engolir sapos, mas, a sério, e as <strong>fazer</strong> comer<br />

baratas vivas ! (O desrespeito pela dignidade das pessoas, sublinhe-se, pode verificar-se com o seu acordo,<br />

ou até a sua satisfação, explicável pelo estado de educação e desenvolvimento, pelas frustações e aspirações<br />

decorrentes dos horizontes limitados)». (...) «(...) A SIC, tem de se reconhecer, é cada vez mais quase um<br />

caso-limite. Mas também há problemas e jornalismo virtual por outras paragens, embora em menor grau. Os<br />

media portugueses atravessam um momento de alguma confusão, inclusive de valores. Ficando-nos pelas<br />

televisões, não se podem esquecer as maiores responsabilidades do serviço público da RTP, que demasiadas<br />

vezes tem tentado concorrer com a SIC seguindo percursos paralelos ou convergentes, sem afirmar uma<br />

clara alternativa popular de qualidade, muito menos uma opção cultural não elitista, uma pedagogia<br />

democrática que divirta saudavelmente, que estimule o sentido crítico e não faça só apelo à preguiça<br />

intelectual ou <strong>ao</strong>s instintos primários.<br />

Por outro lado, a verdade é que se vê pouca gente a assumir as suas responsabilidades e ter a coragem<br />

de se opor a tal situação. Os políticos em geral, muitos do PS (e do Governo) em particular, têm um<br />

verdadeiro pavor dos poderes fácticos - Igreja, futebol, certas associações de classe, etc. Ora a SIC é hoje,<br />

talvez, o maior desses poderes. Vai daí faz o que bem lhe apetece e todos, mais ou menos, lhe vão comer à<br />

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