20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Descreve este último como uma Perturbação experienciada com o Aparecimento Inesperado de um<br />

Existente «Intramundano» ou de <strong>Um</strong> «Outro Dasein» que faz menção de se «Introduzir» no «Nossso<br />

Mundo Circundante», sem nos apercebermos de «Como Fazer Face» a essa «Intrusão». É assim, o Mê-<br />

do, uma Reacção em face de qualquer coisa que nos parece «Ameaçar» o nosso Dasein.<br />

Pelo contrário, a Angústia, embora «Anunciando» o «Perigo», Não é provocada, «Nunca», por um<br />

«Existente determinado». Não é «isto» ou «aquilo». O «Angustiado» «Não Sabe» «De Onde» lhe vem a<br />

«Angústia», mas «Sabe» que «Não É» de «Nenhum Existente Intramundano». Na «Angústia» (ou na<br />

«Ansiedade»), Todos os Objectos do Mundo e o Nosso «Mundo Circundante» mergulham, de repente,<br />

numa «Nulidade Absoluta» ⎯ ficando nós envolvidos por uma «Estranheza Radical». A «Angústia» é<br />

provocada pelo «Mundo», como tal, revela-me, pois, o Estar-no-Mundo. Designa a «Abertura Funda-<br />

mental» do Dasein e, colocando o Homem perante o seu «Nada», revela-o como «Projectado».<br />

É esta Abertura que possibilita a Liberdade.<br />

Resta acrescentar que, também para JEAN-PAUL SARTRE, a Liberdade é revelada <strong>ao</strong> homem pela<br />

Angústia. A Angústia é «a Consciência Específica da Liberdade», a Captação Reflexiva da Liberdade<br />

por Ela Própria (L’Existencialisme est un Humanisme, 1951, p. 27).<br />

Já KARL JASPERS, por sua vez, distingue entre uma «Angústia Empírica» (Daseinsangst =<br />

Simples Ansiedade ?) e uma «Angústia Existencial» (Existentielle Angst = Angústia propriamente dita ?).<br />

A primeira, de carácter exclusivamente Psicológico e, a segunda, Existencial, Absoluta, que se mani-<br />

festa perante as Situações-Limite (Culpa, Dôr, Luta, Morte) e Nos faz Ascender à Transcendência (Phi-<br />

losophie, 1948, pp. 488-489, 522-524, 877-879) e à Transfinitude ...<br />

[Introduzimos, aqui e agora ⎯ pois que não deixa de ser suficientemente «conveniente» e «oportu-<br />

no» ⎯, uma NOTA, para esclarecermos devidamente o seguinte: parece ser hoje um facto indesmentível o<br />

efectivo e não meramente episódico compromisso histórico-político de MARTIN HEIDEGGER (1889-<br />

-1976) com Regime Nazi. A este respeito, veja-se, finalmente, a entrevista do historiador alemão HUGGO<br />

OTT dada <strong>ao</strong> jornal Público de 9 de Novembro de 1997 (pág.36), sob o título «Heidegger nunca se sentiu<br />

culpado», a qual termina significativamente do seguinte modo:<br />

cristão...».<br />

Pergunta: «Sabe-se hoje que HEIDEGGER foi nazi. Pode afirmar-se que morreu nazi ?».<br />

Resposta: «Para mim é muito interessante que HEIDEGGER tenha pedido para ser sepultado como<br />

Pergunta: «... mas também houve cristãos nazis...».<br />

Resposta: «... sim, sim. Se pensarmos que a entrevista <strong>ao</strong> “Der Spiegel” foi um testamento, a sua<br />

última palavra sobre o assunto, então tem razão, morreu nazi».<br />

Todavia, quanto a nós, cremos continuar a ser legítimo afirmar-se que este facto, hoje cada vez<br />

mais aceite (embora não por todos), não prejudica a intrínseca «validade» estritamente «filosófica» do<br />

103

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!