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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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gum modo, distinto do «Conceito Freudiano» de «Inconsciente», Pulsional e Dinâmico, mas alargado e<br />

projectado, nas suas implicações mais amplas, de uma certa transpositiva «Ordem» Cultural ou Civiliza-<br />

cional, estabelecida e historicamente existente: uma «Utopia Normativa Aberta», ou «Utopia Positiva».<br />

Também F.A. HAYEK aceita, evidentemente, o «Inconsciente», no sentido Freudiano (àcerca do<br />

qual cita mesmo uma passagem de FREUD) e diz:<br />

«(...) Foi sem dúvida um infortúnio para o desenvolvimento da psicologia que o atributo distintivo<br />

do seu objecto tivesse por tanto tempo sido considerado o carácter “consciente” da experiência, e que não<br />

estivesse disponível uma definição dos acontecimentos mentais que fosse independente <strong>deste</strong> carácter<br />

consciente. (...) A esfera dos acontecimentos mentais transcende evidentemente a esfera dos aconteci-<br />

mentos conscientes e não há justificação para a atitude frequentemente encontrada que, ou identifica os<br />

dois, ou até sustenta que falar em acontecimentos mentais inconscientes é uma contradição nos ter-<br />

mos.(...)» — págs. 24-25 de The Sensory Order..., citado.<br />

A afirmação desta «Contradição», justamente com este sentido, pode encontrar-se, por exemplo, em<br />

SARTRE, que, tanto quanto sabemos, não aceitou o conceito de Inconsciente, no sentido Freudiano ou<br />

em qualquer outro sentido.<br />

Só que não se tratará propriamente de uma «Contradição», no sentido Lógico-Intelectual, como a<br />

pensou SARTRE (do género: se um fenómeno já é «Consciente» não pode ser <strong>ao</strong> mesmo tempo «Incons-<br />

ciente», porque... «Tudo» é do domínio da «Subjectividade»... ), mas de uma passagem de campo de<br />

processos psíquicos internos que, ora «aparecem» à Consciência, ora dela «desaparecem», que transi-<br />

tam, com uma Lógica que lhes é específica, de um campo Inconsciente ou Métaconsciente (zona de<br />

penumbra, ou de sombra, ou de obscuridade) para o campo da Consciência (zona de claridade), como<br />

«lampejos», «fulgurações», «cintilações», «afloramentos», «relâmpagos» mais ou menos demorados,<br />

mas dos quais geralmente não temos nunca a «Posse» total, completa, soberana e definitiva, para em<br />

seguida dele «desaparecerem».<br />

Ou, até, que nunca chegam a estar sob o domínio «Consciente», mas «determinam», internamente,<br />

de um modo ou de outro — e, porventura, às vezes, com uma «aparência» externamente «incompreensí-<br />

vel», ou «misteriosa»... — a «Conduta», o «Pensamento» e as «Acções» da Pessoa.<br />

Neste sentido, a Consciência é apenas a «Ponta do Iceberg» de uma «Realidade Psíquica» dinâmi-<br />

ca, muito mais ampla, que a excede e transborda, seja «Por Baixo», seja «Por Cima» !!!<br />

Todavia, sobre a especificidade de Sinal Negativo do Conceito de Inconsciente, em FREUD, veja-se,<br />

de um modo «Essencial» e «Decisivo», CARLOS AMARAL DIAS, O Negativo—Ou o Retorno a Freud,<br />

citado na Bibliografia Anexa, © Fim de Século Edições, Ldª., Lisboa, 1999.<br />

Já agora, não deixaremos de salientar a importância desta Obra, no caminho e na tentativa de «Voltar<br />

a Freud» (de um específico ponto de vista Psicanalítico), mas não por via daqueles que, sob a mesma<br />

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