20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

e a cultura segundo quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas”.<br />

Por outras palavras, a Constituição garante a liberdade das famílias para escolher a melhor educação<br />

para os seus filhos — precisamente a mesma liberdade para escolher que o meu artigo reclamara, e<br />

que tanto escandalizou os meus críticos.<br />

Pode agora perguntar-se como poderá a escola pública cumprir este preceito constitucional. Há, por<br />

certo, muitas maneiras. <strong>Um</strong>a, minimalista, seria limitar a educação sexual a ensinamentos não<br />

normativos nas didciplinas de Biologia ou Ciências da Natureza. Outra, mais exigente, sria introduzir o<br />

cheque- -educação, permitindo às famílias escolher a escola da sua preferência, pública ou<br />

privada. Neste caso, cada escola, pública ou privada, seria autorizada a adoptar programas diferentes de<br />

“educação sexual” (bem como outras disciplinas normativas, como, por exemplo, a educação do carácter<br />

e a educação para a “gentlemanship”, ou, se preferissem, “educação relativista”); e caberia a cada<br />

família escolher a que considerasse a melhor. (...)».<br />

E ainda no mesmo Semanário, mas já de 12 de Setembro de 1998 (pág. 23), ESPADA explica, no seu<br />

<strong>texto</strong> intitulado Liberalismo ou jacobinismo ?, como, afinal, estes diferendos de opinião (e,<br />

designadamente, as diferenças polémicas entre ele próprio e EDUARDO PRADO COELHO) radicam,<br />

historicamente, em duas tradições ou dois projectos rivais que se confrontam e digladiam desde o<br />

Iluminsmo do século XVIII: «...um, liberal e céptico, fundou-se na tradição inglesa e presidiu à<br />

revolução americana de 1776, dando origem às democracias liberais (liberalismo); outro, igualitário e<br />

seguro da certeza da Razão, conduziu à Revolução Francesa de 1789 e a muitos outros desastres<br />

revolucionários depois desse (jacobinismo)».]<br />

Já ALEXIS DE TOCQUEVILLE, aliás, salientara, em A Democracia na América, a abissal diferença<br />

que separava essas duas correntes culturais, ideológicas e políticas que tinham saído da própria<br />

Revolução Francesa e as suas consequências a todos os níveis civilizacionais:<br />

«Da Revolução e do século XVIII saíram duas correntes: a primeira conduzia os homens às<br />

instituições livres, enquanto a segunda os levava <strong>ao</strong> poder absoluto».<br />

Veja-se, também, sobre esta temática histórica, já PEDRO ARROJA, O Estado e a Economia, Vida<br />

Económica Editor, Porto, 1989, maxime págs. 157 a 164.<br />

E também já FRIEDRICH HAYEK se referira a essas duas históricas linhas de pensamento (ou<br />

tradições), rivais e inconciliáveis entre si, no seu <strong>texto</strong> intitulado: Individualism: True and False, que é<br />

«The twelfth Finlay Lecture, delivered at University College, Dublin, on December, 17, 1945. Published<br />

by Hodges, Figgis & Co., Ltd., Dublin, and B.H. Blackwell, Ltd., Oxford, 1946» e aparece também<br />

como o primeiro <strong>texto</strong> do <strong>livro</strong> intitulado Individualism and Economic Order, © 1948 by The University<br />

of Chicago, edição em paperback de 1980/84.<br />

299

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!