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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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«pensamento» de que aqui nos socorremos — mesmo que, depois dele, como o terá podido dizer o filósofo<br />

italiano BENEDETTO CROCE: «HEIDEGGER prostituiu a sua filosofia». E, por outro lado, HANS-<br />

-GEORG GADAMER (um filósofo filiado em, e continuador de, aspectos fundamentais do pensamento<br />

dele) que: «HEIDEGGER é um grande pensador, mas um homem pequeno».<br />

E diremos mesmo que, apesar de tudo, entendemos que o Pensamento contido naquelas passagens<br />

acima transcritas Contém, ou Possibilita ⎯ para dizer só «o menos»... ⎯ uma Base Filosófica, não só<br />

«Suficiente», como mesmo, «Indispensável», <strong>ao</strong> nível mesmo da sua, própria e respectiva, «Ontologia<br />

Fenomenológica», para, inclusivamente, Poder «Pensar-se» uma, Autêntica e Genuína, Pré-Compre-<br />

ensão, especìficamente «Liberal», da Liberdade.<br />

De qualquer modo, e não obstante, Não nos consideramos, estrita, exclusiva ou prosèlitamente, um<br />

«Heideggeriano» ⎯ rigorosamente e hoc sensu...<br />

Apesar de tudo, um recente e excelente Texto sobre HEIDEGGER é o de MIGUEL BAPTISTA PE-<br />

REIRA, intitulado Prolegómenos a uma Leitura Actual do Pensamento de M. Heidegger e publicado entre<br />

págs. 231-286 da Revista Filosófica de Coimbra, Vol. 6, Nº. 12, de Outubro de 1997, onde, de um certo<br />

modo <strong>ao</strong> contrário do que acima ficou dito, o Autor do <strong>texto</strong> defende, designadamente, a existência de<br />

contradições e de não-identificações do Pensamento de HEIDEGGER com o Pensamento dos mais<br />

importantes Representantes Ideológicos do Nacional-Socialismo e com a Ideologia mesma <strong>deste</strong>, por<br />

volta dos Anos de 1930, Regime <strong>ao</strong> qual o Filósofo terá aderido de facto, mas «... por uma leitura errónea<br />

(...) numa fase obscura da sua vida».<br />

E escreve, BAPTISTA PEREIRA, designadamente, o seguinte:<br />

«(...) Esta crítica de BAEUMLER (filósofo do regime, que exaltava uma “filosofia da raça” contra<br />

uma “filosofia do espírito”) <strong>ao</strong> espírito, categoria de fundo do pensamento hebraico e grego, e a promoção<br />

por ele feita de NIETZSCHE a precursor revolucionário do Nacional-Socialismo contrastam vivamente com<br />

o pensamento de HEIDEGGER, que desde 1933 regressava <strong>ao</strong>s pré-socráticos para pensar o “outro<br />

começo” da filosofia, lia nos poemas de HOELDERLIN a verdade como desenvolvimento e interpretava<br />

NIETZSCHE contra a leitura nacional-socialista de BAEUMLER. G. PICHT, ouvinte das lições de<br />

HEIDEGGER sobre NIETZSCHE, escreveu mais tarde que tais lições são “o documento mais signifi-<br />

cativo da oposição espiritual <strong>ao</strong> Nacional-Socialismo”. Enquanto BAEUMLER deduzia da leitura<br />

biológica da vontade de poder a mística do sangue e da raça, para HEIDEGGER a subjectividade apenas<br />

corpórea da vontade nietzschiana de poder era a brutalidade da “bestialitas” do “homo... brutum<br />

bestiale”, da “besta loira”. Neste mesmo sentido, declarou HEIDEGGER na entrevista à revista Der<br />

Spiegel que, após o abandono do cargo de Reitor, leu no semestre de Verão de 1934 lições sobre Lógica, no<br />

semestre de Inverno de 1934/5 iniciou as suas lições sobre HOELDERLIN e em 1936 as lições sobre<br />

NIETZSCHE, concluindo:<br />

“Todos os que puderam ouvir, ouviram que isto era uma discussão com o Nacional-Socialismo”».<br />

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