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Todos estes três últimos Valores são Auto-Constituídos, pela própria Pessoa, como «Sujeito» ⎯
em sentido rigorosamente «Antropológico» ... ⎯, no Espaço Negativo da «Autonomia».
Do valor da «LIBERDADE» particularmente nas suas formas relacionais, ou positivas, ou comuni-
tárias, ou heterodireccionadas, é indissociável o valor da «RESPONSABILIDADE» e da «AUTO-
-VINCULAÇÃO, desde logo como valor inerente à Auto-Vinculação A Priori àquela «ORDEM» ou
Comunidade de Direito prévias; mas também, não menos e, logo à partida, como uma
Responsabilidade Autónoma pela Própria Vida, ou pelo Destino
Existencial
Próprio ⎯ por alguns dita mesmo e até: uma «RESPONSABILIDADE» pela «Auto-
Conformação» da Sua Própria «Personalidade» !!!
Como dizia já PAUL-EUGÉNE CHARBONNEAU (Cfr. Cristianismo, Sociedade e Revolução, Editôra
Herder, São Paulo, 1965, págs. 90 e segs.):
«Assim sendo, a Pessoa Espiritual, precisamente porque Espiritual e Livre, é Responsável. É a única
entre todos os sêres do universo que se mede por sua própria Liberdade e Responde por seus atos. Res-
pondere quer dizer pesar as coisas e escolher entre elas de acôrdo com o seu respectivo “Pêso”.
Porque ser livre é escolher, escolher é julgar e julgar é responder, pesar as coisas e reconhecer-se
responsável por sua escolha. GABRIEL MARCEL no-lo explica: “Afirmo-me como Pessoa na
medida em que afirmo a Responsabilidade do que Faço ou do que Digo. Mas perante quem é que
sou ou me reconheço Responsável ? A resposta deve ser que sou Responsável, conjuntamente, diante
de Mim Mes-mo e perante o Outro, e que esta conjunção é precisamente característica do
Compromisso Pessoal, a Marca própria da Pessoa” (Homo Viator, Paris, Aubier, 1947, p. 26)».
Distinguindo três níveis de «RESPONSABILIDADE», veja-se A. CASTANHEIRA NEVES, Pessoa,
Direito e Responsabilidade, citado na Bibliografia Anexa, págs. 37-43:
Iº. — Uma Responsabilidade Perante a Humanidade, «... naquela assunção da Humanidade em cada
homem-pessoa de que nos falava também KANT»; é uma responsabilidade «... que se traduz na
solidariedade primordial em que se pode compreender inclusive o sentido do “Pecado Original”
— a expressão da interpelação do próprio Ser e da humanidade em nós e que em
cada um
de nós se haverá de recuperar no não-ser e no inumano que tenha sido (recorde-se
HORKHEIMER)»; também como«... Inter-pelação... do Ser-Futuro», que HANS-JONAS enunciou
no Princípio Responsabilidade e que justifica também a «Macroética» de ÄPEL; quanto
a Nós, no entanto, julgamos de todo legítimo entender o conceito de «Humanidade», aqui usado por
A. CASTANHEIRA NEVES, no mesmíssimo sentido em que, por exem-plo, ALBERT JACQUARD,
usa, em vez dele, o conceito de «Humanitude»: Cfr., por favor, A Herança da Liberdade⎯Da
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