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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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15 - «Racionalismo» e «Existência Humana».<br />

Citando L. STEFANINI, JOAQUIM DE SOUSA TEIXEIRA, em LOGOS..., já referida, volume 4,<br />

1992, págs. 87-90, a respeito do Personalismo Moral, transcreve a seguinte passagem daquele primeiro<br />

autor:<br />

«A conversão da pessoa racionalizada do intelectualismo em razão personificada do personalismo tem<br />

como consequência que a razão, enquanto fundamento da moralidade, só vincula o indivíduo<br />

singular, pela lei do dever, a uma ordem cósmica, social, jurídica e religiosa, na medida em que o<br />

vin-cula também a si mesmo, e reciprocamente».<br />

Já vimos que a Racionalidade não é a dimensão suprema da Existência humana, mas sim o Espírito.<br />

Também não é a única dimensão e nem sequer sempre a decisiva !!!<br />

O Intelectualismo e o Racionalismo são, justamente, aquela atitude fundamental que dá prioridade e<br />

primazia absolutas <strong>ao</strong> Logos sobre o Espírito e a Vida, que faz de apenas uma (e, porventura, nem<br />

sempre a mais nobre) das dimensões da Existência Humana, o Intelecto, a dimensão suprema e única a<br />

que todas as outras se deveriam subordinar.<br />

É a atitude que precisa de recorrer à Mediação do Intelecto para provar a sua Existência própria<br />

(Cogito, Ergo Sum, de DESCARTES), que separa radicalmente (como se tal fosse honestamente possí-<br />

vel !... ) o Pensamento do Sentimento, do Sentido, do Vivido e Experienciado, da Vivência, da<br />

Sensibili-dade e da Emoção, que não aceita arrogantemente (como SARTRE) todo o campo do<br />

Inconsciente Freu-diano e é cega para o lugar e o papel do Métaconsciente Hayekiano, que postula,<br />

em suma, uma narcisicamente arrogante, exclusiva, desvinculada, absoluta e totalmente transparente<br />

Soberania da Consciência, do Eu, da Vontade e da Razão Intelectual, sem se questionar,<br />

humildemente, quanto <strong>ao</strong> exacto alcance e limites <strong>deste</strong>s e quanto <strong>ao</strong> papel de «Outros» factores<br />

(transracionais ou não-racionais) na constituição de um Conhecimento, de um Saber e de uma<br />

Vivência com um «Rosto Pessoal».<br />

É esta a matriz do «Racionalismo Construtivista Cartesiano», denunciado por FRIEDRICH HAYEK,<br />

de feição puramente Mentalista e Subjectivista, que marca tão carateristicamente, não só grande parte<br />

da Modernidade (como o mostrou MAX WEBER), como sobretudo grande parte da Cultura Francesa<br />

ou «Afrancesada» ...<br />

Dele disse MIGUEL DE UNAMUNO (1864-1936), em Do Sentimento Trágico da Vida, relativa-<br />

mente à radical Incapacidade da «Razão Formal» e Intelectualista Cartesiana para exprimir ou<br />

respei-tar a Essência do Homem (e o Sentimento, a Emoção, o Vivido, o Experienciado e a Vivência,<br />

a Vida e o Trágico) —, que LÚCIFER (i. é, o Mal Absoluto) é o «Príncipe dos Intelectuais» e, por<br />

isso, o «Grande Intelectual».<br />

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