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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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isolamento/alheamento em relação a toda a restante sociedade em geral «envolvente» e a respectiva<br />

cultura mais global, preferindo isolar-se e manter-se não-integradas (em ghettos, ou bairros, ou<br />

comunidades próprios, numa atitude básica de auto- -isolamento e/ou «imunização» relativamente a<br />

tudo que lhes seja «exterior», ou «diferente»...), como por vezes sucede, por exemplo, com os ciganos<br />

— que frequentemente preferem (manhosamente...) retirar todos os benefícios possíveis que lhes possa<br />

dar a sociedade mais global, mas sem nunca assumirem os correspondentes deveres, obrigações e<br />

corresponsabilidades, como muito bem dizia aquele responsável político e jurista, que acima<br />

transcrevemos — o qual, aliás, tanto quanto sabemos, é uma respeitável pessoa «de Esquerda».<br />

E coisa muito semelhante — deve aqui, justamente, inserir-se, quanto àquele dito «pensamento<br />

politicamente correcto» —, se passou por toda esta (supostamente) Civilizada Europa, cheia da sua in-<br />

questionada e auto-tranquilizante «boa-consciência democrática», nos primeiros dois meses já do Ano<br />

2 000, inclusivamente a partir das próprias mais altas instâncias da União Europeia e,<br />

cicunstancialmente, coincidindo com a Presidência Portuguesa da União —, na tronituante (e<br />

claramente histérica) «berraria e vozearia e coro colectivos democráticos», a propósito da subida <strong>ao</strong><br />

Poder, na Cultíssima Áustria — e justamente pela tão incensada «via democrática do voto popular»...<br />

—, de um Partido de contornos e ideologia Nazi, ou para-Nazi, ou, porventura, simplesmente «radical-<br />

populista»... — nada de diferente do fenómeno, já bem conhecido, que é o da Extrema-Direita de LE<br />

PEN, em França —, como se, com tal «histérica berraria e vozearia colectiva», se pudesse como que,<br />

«màgicamente», exorcizar um fenómeno — àcerca do qual se continua, no entanto, a resistir em<br />

«estudar», «analisar» e «compreender», a sério, quais são, afinal, «as suas causas profundas e<br />

verdadeiras» (culturais, sociais, económicas... ) — para, após isso, buscar, então, a pertinente e<br />

adequada «terapêutica» social e política !!!<br />

Por isso, veio justamente CARLOS AMARAL DIAS, numa sua crónica semanal [Cfr. Expresso-Re-<br />

vista nº. 1 425, de 19 de Fevereiro de 2 000, pág. 18], intitulada, justamente: «A Barbárie» — e naquela,<br />

muito sua, linguagem analítica, mas prenhe de sentido — a dizer, entre outras coisas, designadamente<br />

o seguinte:<br />

«(...) Mais de meio século depois (de HITLER...), a ascensão <strong>ao</strong> poder, na Áustria, de J. HAIDER, ele<br />

mesmo filho de dois nazis confessos, traz para a ribalta da política europeia a aparência dos mesmos<br />

fantasmas e, infelizmente, a tendência repetitiva de velhos chavões, agora ainda mais despovoados de<br />

sentido. De uma só voz e num só corpo, a velha Europa, travestida da recente roupagem de União<br />

Europeia, denuncia, acusa e promete sanções <strong>ao</strong> Governo austríaco, numa tentativa impossível e levar<br />

um sintoma <strong>ao</strong> seu silêncio, ou seja, de organizar um novo reprimido.<br />

Porém, o sintoma HAIDER, como já anteriormente o efeito LE PEN, em França, deveria exigir mais da<br />

classe política do que repúdio, ou seja, proposição de arrumo num não-dito. È que, tais personagens,<br />

no seu óbvio jogo perverso, só o são, precisamente, porque dão voz <strong>ao</strong> que oficialmente é silenciado,<br />

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