20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

que tem ainda no nosso País a Igreja Católica, como matriz cultural — com o seu muito próprio<br />

familismo e o seu «peculiar» Culto Mariano —, tudo próprio de uma Cultura-da-Mãe, em termos<br />

freudianos, i. é, de uma cultura psicologicamente regressiva, proteccionista, desresponsabilizante e<br />

infantilizante — e não de uma genital, adulta, emancipatória, maturante, responsabilizante e<br />

progressivista Cultura-do-Pai, como é, consabidamente, a dos países protestantes e anglo-saxónicos,<br />

em geral;<br />

β). — O persistente (porventura, ainda como uma «sequela ideológico-cultural» do Salazarismo, mas<br />

agora já bem estruturado, «espontâneamente», em todo o «tecido social») e sempre «latente», ou<br />

«subter-râneo» e «generalizadamente disseminado» — «Corporativismo Socio-Profissional» — a<br />

todos os níveis, já que é socialmente «transversal» à suposta «verticalidade piramidal» de uma<br />

qualquer «estratificação so-cial» pensada apenas em termos de «Classes» (à maneira de MARX...),<br />

porquanto a «fidelidade», ou «cumplicidade» sócio-corporativas, que lhe são próprias (o chamado<br />

«espírito de corpo», ou «Esprit de Corps»), a tudo se sobrepõem e, por isso, em tudo e por tudo, se<br />

assemelham, flagrantemente, às «fidelidade» e «cumplicidade» tipicamente «Mafiosas»...<br />

Dele já falámos mais atrás, tendo dado até alguns dos exemplos mais «óbvios»... — e, «factor» este,<br />

que, curiosamente, tão bem se conjuga e se combina com o «factor socio-cultural» que a seguir<br />

referire-mos, pois ambos têm, na raíz, a mesma «mentalidade», ou ambos «enraízam» no mesmo<br />

«húmus» socio--cultural...<br />

γ). — E o «muito português» «Estatismo» — também como fenómeno cultural, que atravessa, ac-<br />

tualmente, não só todas as forças políticas do Espectro Partidário (sejam de Esquerda, ou já não...),<br />

como também a própria sociedade — com o correlativo Endeusamento do Estado e o «apelo» e<br />

«recurso» siste-máticos e reiterados a ele, como que a uma «entidade mágica», para resolver «todos e<br />

quaisquer proble-mas» — já não só, reivindicativamente, por parte dos ditos «trabalhadores»; mas,<br />

agora já também pelos próprios «empresários»; bem como, de resto, pelos mais variados extractos da<br />

população — e de um modo tão «viciante» como os «vícios» próprios de um qualquer<br />

«toxicodependente» !!!<br />

O que tudo converge — o que nos parece «claro» e «óbvio» — para a inexistência, ainda no Portu-gal<br />

de hoje, de uma forte, autónoma e saudável «Sociedade Civil Liberal», na linguagem de JOHN<br />

GRAY; ou de autónomas e emancipadas comunidades espontâneas, no dizer de FRANCIS<br />

FUKUYAMA — e, portanto, de um significativo capital social de confiança na sociedade civil.<br />

Não deixa de ser significativo e interessante, por exemplo, o modo como o Expresso-Revista Nº. 1417,<br />

de 24 de Dezembro de 1999 (pág. 26), <strong>ao</strong> passar em revista os portugueses considerados como mais<br />

326

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!