20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Se o avanço para nova fase evolutiva tem de ser mediatizado pela aprendizagem, segue-se que esse<br />

progresso não pode ser alcançado através de decisões voluntaristas baseadas em projectos da razão<br />

teórica, antes tem de ser representado por um “achado” feliz, por um êxito evolutivo. O que também<br />

significa que, no que respeita àquele ordenamento básico que serve de suporte à comunidade humana, o<br />

“progresso”, enquanto êxito evolutivo mediatizado por uma aprendizagem social histórica, não deve<br />

ser procurado através de uma decisão de realizar os objectivos previstos em projectos racionalmente<br />

construídos, mas pela procura da coincidência, da consonância com aquela ordem fundamental,<br />

numa verdadeira atitude de aprendizagem. (...)» — os itálicos e os bold são quase todos nossos.<br />

c) — A razão porque, muitas vezes, fazemos certas coisas, ou porque fazemos certas coisas de certa<br />

maneira, sem sabermos bem ou explicitamente o porquê, ou o para-quê, desse modo de perceber,<br />

pensar ou actuar, nem sempre deve ser procurada mais abaixo, ou mais atrás, da consciência explícita<br />

e manifesta, como residindo, por exemplo, no profundo inconsciente individual freudiano, mas<br />

frequen-temente também mais acima ou mais além dela, como residindo naquela referida<br />

superestrutura cultural e civilizacional (ou «estrutura méta-institucional») e nos seus valores,<br />

princípios ordenantes e méta- -regras, esquemas, quadros classificativos e padrões (patterns)<br />

de percepção e da acção, prévios e a priori, gerais e abstractos.<br />

Sobre esta noção de métaconsciente (ou supra-consciente) e a psicologia cognitiva do primado do<br />

abstracto (the primacy of the abstract), veja-se o <strong>texto</strong> de FRIEDRICH HAYEK intitulado<br />

Philosophical Consequences, págs. 225 e seguintes de The Essence of Hayek; e também, do mesmo<br />

autor, The Sensory Order: An Inquiry into the Foundations of Theoretical Psychology, bem como o<br />

<strong>texto</strong> intitulado The Primacy of the Abstract, págs. 35-49 de New Studies..., todas as obras referidas na<br />

bibliografia anexa.<br />

Veja-se também, para uma síntese preliminar, PHILIPPE NEMO, La Societé de Droit selon F. A.<br />

Hayek, referida na bibliografia anexa, especialmente págs. 39-66, no <strong>texto</strong> intitulado L'action guidée par<br />

des règles; e o <strong>texto</strong> de JOHN GRAY, intitulado Hayek as a conservative, na obra Post-Liberalism:<br />

studies in political thought, 1993, também referida na bibliografia anexa, pág. 32 e seguintes.<br />

Noção esta que não deixa de ter fortes afinidades com a noção de pré-compreensão (Vorverständnis),<br />

ou pré-concepção, como estrutura mental de «antecipação», da hermenêutica contemporânea, e que<br />

se aproxima da noção de «crença e expectativa animal» referida na teoria naturalística e<br />

evolucionista do conhecimento humano de KARL POPPER.<br />

d) — A tese de HAYEK é a de que todo o nosso conhecimento humano é uma «interpretação» ou uma<br />

«ordem» pré-sensorial e semi-permanente que impomos <strong>ao</strong>s dados sensoriais, a qual se funda nos<br />

patterns cognitivos a priori, de percepção e de acção, ou seja, em quadros prévios, grelhas, redes,<br />

mapas, conceitos, classificações, avaliações, constructos, símbolos e teorias (frameworks, maps,<br />

343

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!