20.04.2013 Views

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

mão: haja o que houver, calam-se, conformam-se, são eles próprios a erigir as audiências em critério<br />

absoluto. (...)».<br />

<strong>Um</strong>a entrevista com a jornalista free-lancer autora daquele atrás referido documentário de 60 minutos<br />

sobre a estação televisiva portuguesa SIC, MARIANA OTERO, que trabalhou para o canal televisivo<br />

independente ARTE, em co-produção com outros agentes institucionais do audiovisual europeu e português,<br />

pode ver-se na separata dominical Publica, de 7 de Dezembro de 1997, págs. 22-32, que apresenta essa<br />

entrevista como «<strong>Um</strong> olhar indiscreto, directo e duro que despertou críticas apaixonadas sobre o que move e<br />

como se move a SIC, na sua cruzada cega pelas audiências. (...) O bastante para virar o feitiço da SIC contra<br />

o vaidoso feiticeiro de nome RANGEL» — de que destacamos a seguinte resposta à pergunta:<br />

Publica — «A televisão comercial poderia ser diferente se a televisão pública também o fosse ?<br />

Resposta — «Contra uma televisão comercial é difícil ganhar. Primeiro, porque não tem outro<br />

objectivo para além do de ganhar audiências, e depois porque dá às pessoas, não o que elas querem, mas o<br />

que elas já conhecem, aquilo em que elas se reconhecem, e isso é anticomunicacional. A televisão não deve<br />

ser um espelho, deve ser um instrumento de descoberta, de outra forma de pensar. É terrível, porque a TV<br />

comercial nunca vai <strong>fazer</strong> algo que implique perder alguma audiência. E o que é que uma televisão pública<br />

faz, quando ela própria precisa também de audiências ? Não pode <strong>fazer</strong> outra coisa que não seja copiar. É<br />

assim em todo o lado. Em França existe uma excepção que é o ARTE, que é uma televisão sem publicidade<br />

e que normalmente não se preocupa com as audiências, mas é uma televisão completamente experimental,<br />

que tenta produzir coisas diferentes e que começa pouco a pouco a ter audiências. Mesmo assim não terá<br />

mais de quatro por cento».<br />

Como também muito lucidamente dizia JOÃO CARLOS ESPADA, num <strong>texto</strong> intitulado Banalização<br />

do Mal e inserto no Expresso-Revista de 6 de Setembro de 1997, a propósito da trágica morte da<br />

imensamente popular Lady DIANA FRANCES SPENCER, Princesa de Gales (ou Princesa do Povo, como<br />

não demorou logo em cognominá-la o Primeiro Ministro britânico TONY BLAIR; ou Rosa de Inglaterra,<br />

como a cantou saudosamente depois ELTON JOHN; ou, enfim, Raínha dos Corações, como ela própria<br />

disse que desejava ser...), ocorrida uma semana antes, ainda em Agosto, num con<strong>texto</strong> dramático e com<br />

consequências que vieram trazer <strong>ao</strong> de cima, com grande impacto e em viva polémica, logo<br />

«defensivamente» protagonizada por parte dos media, justamente a questão do papel, do lugar, das<br />

funções, da valia, da legitimidade e das responsabilidades, não só dos meros «fotógrafos» caçadores de<br />

escândalos ou de quaisquer outros tipos de imagens lucrativas sobre personalidades públicas famosas<br />

(os vulgarmente conhecidos pelo nome de paparazzi, que são meros «peões» oportunistas no tabuleiro <strong>deste</strong><br />

complicado xadrês), mas dos próprios meios de comunicação social em geral, até dos tidos por mais<br />

«responsáveis» e «credíveis», uma vez que ninguém ficou de fora dessa polémica, inclusive o próprio<br />

público consumidor:<br />

537

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!