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Poderá fazer ler o texto completo deste livro - Um Jurista ao Vento

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ção, sobretudo a partir e com base na experiência histórico-concreta da «construção» da própria<br />

União Europeia.<br />

Sobre toda esta problemática e sustentando que aquela «construção» de uma identidade europeia só<br />

poderá <strong>fazer</strong>-se, não com base num «nacionalismo étnico» (como o é o sérvio), mas com base num<br />

«nacionalismo liberal e civilista-individualista», em que a «nacionalidade» coincide com a «cidadania» e<br />

de acordo com o qual se forma «... uma nação compósita, definida como uma associação de indivíduos,<br />

cujos direitos são os valores nacionais supremos», pois que «Os nacionalismos individualistas são<br />

universalistas, uma vez que assentam no princípio universalista do primado moral do indivíduo» e «... em<br />

geral correspondem a regimes políticos liberais e a sociedades conflituais» — cfr. a obra de LIAH<br />

GREENFELD, intitulada Nacionalismo: Cinco Caminhos para a Modernidade, Europa-América, 1998,<br />

anunciada no Expresso-Cartaz de 17 de Abril de 1999.<br />

Sobre esta temática, veja-se, concludentemente, não só, já em 1974, FRANCISCO LUCAS PIRES,<br />

Soberania e Autonomia (no Boletim da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra); mas, muito<br />

mais recentemente, o artigo intitulado A Evolução do Conceito de Soberania: Tendências Recentes, da<br />

autoria de CARLA AMADO GOMES, Assistente da Faculdade de Direito de Lisboa e Assessora no<br />

Tribunal Constitucional, entre páginas 185 a 212 do número (triplo) 274/276, Tomo XLVII, de Julho-<br />

-Dezembro de 1998, da Revista «SCIENTIA IVRIDICA», da Universidade do Minho/Braga.<br />

Todavia, ainda relativamente, em especial, à questão do «conflito NATO/OTAN versus o «regime<br />

sérvio», a propósito do Kosovo, só nos faria «repensar» toda essa problemática, numa perspectiva, agora,<br />

mais «prático-política», «realista» e «prudente» — mais para além da questão já atrás referida da<br />

inquestionada legitimidade da «intervenção» e da prevalência dos «princípios» — sobretudo à medida em<br />

que, no plano estritamente «militar», o problema se vai cada vez mais «arrastando» no tempo e, com isso,<br />

engrossando o «caudal de sofrimento humano» indesejável —, considerações como as que PACHECO<br />

PEREIRA faz, por exemplo, numa sua «entrevista» <strong>ao</strong> Semanário Expresso, de 29 de Maio de 1999<br />

(caderno principal, pág. 7), quando diz:<br />

«(...) Está a constituir-se a Leste um bloco político-militar azedo, humilhado, ressentido, mais<br />

perigoso do que o comunismo». Considerações de «prudência» que, aliás, curiosamente, haviam já sido<br />

manifestadas, também por ANTHONY GIDDENS, <strong>ao</strong> falar, uma ou duas semanas antes, da necessidade de<br />

se criar uma «oportunidade de reabilitar a dignidade da Rússia, em especial, e dos povos eslavos, em<br />

geral».<br />

Note-se, contudo, que posições como as de PACHECO PEREIRA, neste particular, não se louvam em<br />

nenhum «anti-americanismo primário», já que, reconhecendo que, a respeito da União Europeia, há<br />

«Impasse, mais do que falhanço», acrescenta: «(...) Os socialistas culpabilizam os EUA (pelos “problemas<br />

europeus”...). Mas é na Europa que estão os problemas. E não é na arquitectura das instituições europeias.<br />

É nos governos que falham nas decisões fundamentais: perderam o momento em que era necessário ser mais<br />

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